Modelos de Negócios em ascensão: colaboração, sustentabilidade e tecnologia definem o novo foodservice

Modelos de Negócios em ascensão: colaboração, sustentabilidade e tecnologia definem o novo foodservice

Futuro do setor será mais digital, coletivo e conectado ao propósito da marca, sem repetir modelos do passado

 Em um mercado em constante transformação, em que os canais se multiplicam e as margens são cada vez mais desafiadoras, o setor de alimentação fora do lar busca novos caminhos para crescer com eficiência e relevância. Durante o Galunion Insights, evento promovido pela GALUNION, empresa especializada em foodservice, especialistas e empresários discutiram as principais tendências que estão redesenhando o ecossistema de alimentação no Brasil.

Entre os temas abordados durante a iniciativa, a fundadora e CEO da GALUNION, Simone Galante, apresentou a Mandala Tendências GALUNION 2025-2026 para que os participantes pudessem compreender as tendências em Modelo de Negócios do Ecossistema do Foodservice, considerando o que está em ascensão. Uma das reflexões que norteou o encontro foi: “Seu modelo de negócio está preparado para servir o futuro ou apenas repetir o passado?”. “O comportamento do consumidor vem ditando o ritmo dessa transformação. A busca por sustentabilidade, conveniência, colaboração e autenticidade está moldando uma nova geração de negócios gastronômicos, mais inteligentes, digitais e humanos”, explica Simone Galante.

Recursos Sustentáveis

Este conceito engloba iniciativas que buscam reduzir ou eliminar o desperdício e cuidar do mundo em toda a cadeia: da compra de insumos ao descarte de embalagens e resíduos. Isso inclui reaproveitamento criativo de alimentos, elaboração de cardápios com produtos sazonais e completo aproveitamento dos insumos, embalagens retornáveis, gestão de estoque e comunicação transparente sobre impacto, entre outros. Tais fatores influenciam na decisão de consumir. De acordo com os dados da pesquisa “Alimentação hoje: a visão do consumidor”, realizada pela GALUNION em agosto deste ano, 71% dos respondentes afirmam que priorizam marcas e locais com ações de impacto ambiental positivo e sustentável, tais como redução de desperdício e uso de materiais recicláveis. Ou seja, cuidar do planeta deixou de ser diferencial para se tornar pré-requisito.

Simples e conveniente

O consumidor quer facilidade e o operador, eficiência. A tendência de simplicidade e conveniência reflete essa convergência: 57% dos consumidores preferem locais com atendimento simples e conveniente, sem sacrificar a qualidade. Neste sentido, ganham destaque modelos operacionais, canais de venda e formatos de atendimento que facilitam a vida do consumidor e simplificam a rotina da operação. A tendência responde ao desejo por agilidade, clareza e menos fricção, desde o cardápio, sua produção, vendas até o pagamento e retirada ou entrega. “Formatos compactos, autoatendimento e pagamentos digitais otimizam tanto a experiência do cliente quanto a rotina da equipe”, comenta a CEO da GALUNION.

Co-everything

O futuro do foodservice também é colaborativo. O conceito de “Co-everything” engloba uma abordagem colaborativa que impulsiona inovação, engajamento e alcance, por meio de parcerias entre marcas, profissionais e até consumidores para desenvolver produtos, menus, campanhas e espaços compartilhados, gerando senso de comunidade e pertencimento. A pesquisa de consumidores mostra que para 62% dos respondentes, a abordagem colaborativa com parcerias entre marcas, profissionais e/ou consumidores para desenvolver produtos e experiências influenciam na decisão de compra. Para entender o ponto de vista dos operadores, a GALUNION promoveu uma pesquisa intitulada “Tendências do Ecossistema de Foodservice”, realizada em setembro deste ano. Com isso, o estudo mostra práticas que o negócio já possui ou pretende implantar. Neste caso, 61% dos fornecedores, 29% das redes e 18% dos independentes desejam efetuar uma collab com outras marcas/ fornecedores/influencers para atrair consumidores. Entre as ações que as marcas pretendem fazer em 2026, está a questão relacionada a lançar produtos/promoções com marcas conhecidas ou influencers/chefs, por meio de co-branding/collabs para 28% das redes e 12% dos independentes.

Local e artesanal

Em um movimento oposto à massificação, cresce a valorização do local e artesanal. “Aqui, temos a valorização de ingredientes com origem conhecida, processos manuais e identidade regional ou nacional. Mais que um diferencial de produto ou fornecimento, esta é uma forma de mostrar autenticidade, apoiar pequenos produtores e gerar conexão emocional com o cliente e a comunidade”, revela Simone Galante. Entre os conceitos de experiência que os respondentes da pesquisa de consumidores consomem atualmente ou acreditam que irão consumir nos próximos 12 meses, 55% buscam por pequenos restaurantes, bares, cafeterias, lanchonetes e padarias artesanais que possuem produtos locais.

Jornada é digital

Mesmo no ambiente físico, a experiência do consumidor é cada vez mais digital. A experiência do consumidor é contínua e personalizada em todos os pontos de contato, sustentada por uma única inteligência e um único back-end que orquestram dados, fluxos de compra e interações. Mesmo no mundo físico, a jornada é digital, garantindo consistência, reconhecimento e fluidez em cada interação com a marca. Segundo Simone Galante, a integração entre dados, canais e atendimento garante personalização, reconhecimento e fluidez em toda a jornada.
“Tecnologias de automação e inteligência artificial já são aplicadas na previsão de demanda, no atendimento e na gestão de cozinhas, consolidando o conceito de Bold Tech & AI como motor”.

Festivais, feiras e food halls

Ambientes coletivos, temporários ou permanentes, que oferecem múltiplas experiências gastronômicas em um único espaço. Essa tendência une descoberta e socialização, normalmente em ambiente mais casual, aproximando marcas, chefs e culturas dos consumidores. A pesquisa Tendências do Ecossistema de Foodservice, mostra que 60% das redes e 48% dos independentes pretendem que a marca cresça em plataformas de delivery, feiras, eventos com música e entretenimento, festivais, food halls ou concursos gastronômicos. Do ponto de vista dos consumidores, entre os conceitos de experiência que consomem atualmente ou acreditam que irão consumir nos próximos 12 meses, aparece no levantamento locais com possibilidade de consumo ao ar livre com 46%. Ainda com base na visão dos clientes, o levantamento mostra que 46% dos respondentes buscam por food halls quando questionados em quais locais não convencionais consomem ou pretendem consumir nos próximos seis meses refeições, alimentos ou bebidas.

Multi-tudo

O movimento dos operadores multiformatos e multimarcas vem ganhando espaço no foodservice. São negócios que reúnem diferentes conceitos, canais e modelos sob uma mesma gestão, conectando eficiência, escala e propósito. Essa tendência de “multi-tudo” traduz uma nova forma de crescer: mais integrada, colaborativa e preparada para as mudanças do mercado. O resultado são casas de marcas, operadores multifranqueados e grupos multiunidades que expandem sua presença em vários mercados e ocasiões de consumo, sem perder identidade. “Mais do que eficiência, os operadores constroem portfólios diversificados e resilientes para competir em múltiplos mercados”, destaca a CEO da GALUNION.

Além do Convencional

Ampliar locais de vendas e ir além do convencional é estar onde o consumidor está também fisicamente. Isso exige novas competências de entendimento do comportamento do público nesses novos locais, em suas ocasiões e necessidades, bem como saber negociar pontos e concessão de diferentes espaços para expansão. Além disso, cresce o número de negócios que exploram novos pontos de venda, como lojas em aeroportos, eventos ou espaços de coworking, para acompanhar o consumidor em diferentes momentos do dia. Entre os conceitos de experiência que os respondentes da pesquisa consomem atualmente ou acreditam que irão consumir nos próximos 12 meses, 47% optam por restaurantes, bares, cafeterias, lanchonetes que permitam outras atividades, como trabalhar ou estudar no local, corroborando essa tendência.

Bold Tech & AI

Se trata de uma adoção ousada de tecnologias como inteligência artificial, automação, sensores, entre outras ferramentas para criar soluções inteligentes. Seja em atendimento, personalização, previsão de demanda ou gestão de cozinha, trazendo eficiência, escala e inovação para o modelo de negócios como um todo.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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