Novo regime da CVM pode destravar o acesso das empresas ao mercado de capitais

Novo regime da CVM pode destravar o acesso das empresas ao mercado de capitais

Resolução da Comissão de Valores Mobiliários que entra em vigor em janeiro promete impulsionar um ambiente regulatório mais leve e atrativo

A partir de janeiro de 2026, as empresas brasileiras poderão encontrar um novo caminho para captar recursos no mercado de capitais com menos barreiras burocráticas e custos reduzidos. Essa é a proposta do novo Regime Fácil, instituído pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por meio das Resoluções nº 231 e 232, publicadas em 3 de julho de 2025.

A medida busca ampliar o acesso ao mercado por parte de companhias com faturamento anual de até R$ 500 milhões, criando regras mais simples e proporcionais ao porte das empresas. Entre as flexibilizações previstas estão a dispensa de auditorias trimestrais, voto à distância e relatórios de sustentabilidade, o que reduz significativamente o custo e a complexidade para quem deseja se financiar fora do sistema bancário tradicional.

Para a advogada Laís Machado Lucas, conselheira de empresas e professora de Direito Empresarial na PUCRS, o novo regime pode representar uma virada no cenário do financiamento corporativo no Brasil. “As empresas interessadas precisam revisar sua estrutura de governança, adaptar seus processos contábeis à nova periodicidade de informações e, em alguns casos, obter anuência dos investidores para mudança de regime. É um movimento promissor, mas que demanda preparo técnico e orientação jurídica adequada para que a adesão seja bem-sucedida”, explica.

Regime Fácil

Laís destaca que, embora mais acessível, o Regime Fácil não dispensa compromissos com a transparência e a prestação de contas. A adesão exigirá esforços de conformidade normativa, ajustes societários e atualização dos mecanismos de compliance, reforçando a importância da segurança jurídica como base para a credibilidade das empresas junto ao mercado.

O modelo brasileiro se inspira em experiências internacionais bem-sucedidas, como as do Reino Unido, Canadá e países europeus, que já adotam estruturas regulatórias segmentadas. Segundo especialistas, esses casos demonstram que é possível combinar desburocratização com elevados padrões de governança, desde que haja suporte técnico e regulatório adequado.

No Brasil, a expectativa é que o Regime Fácil contribua para diversificar as fontes de financiamento e impulsionar a profissionalização de empresas de médio porte. Muitas dessas companhias, embora tenham operação consolidada e potencial de crescimento, ainda encontram no modelo tradicional de acesso ao mercado de capitais um obstáculo quase intransponível.

Com as novas regras, abre-se uma oportunidade para essas organizações ampliarem sua competitividade, atraírem investidores e investirem em inovação com menor custo de capital. “O Regime Fácil não é apenas uma norma regulatória – é uma nova mentalidade sobre como as empresas brasileiras podem se posicionar no mercado e planejar seu crescimento com base em estruturas mais modernas e acessíveis”, conclui Laís Machado Lucas.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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