BC decreta liquidação do Banco Master e de instituições do grupo
Banco de porte pequeno representa 0,57% do ativo total e 0,55% das captações do Sistema Financeiro Nacional
O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master e de instituições ligadas ao grupo devido a uma “grave crise de liquidez” e ao “comprometimento significativo da sua situação econômico-financeira”. Em nota divulgada na tarde desta terça-feira (18), o órgão também mencionou “graves violações às normas que regem a atividade das instituições integrantes” do Sistema Financeiro Nacional como fundamento para a medida.
A medida está relacionada à Operação Compliance Zero, que resultou na prisão do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, em Guarulhos (SP). Ele está detido na Superintendência da PF, em São Paulo.
A prisão do empresário acontece um dia depois da compra de seu empreendimento pela Fictor Holding Financeira. De acordo com os investigadores, a operação foi deflagrada com o objetivo de combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional.
Foram cumpridos mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal.
O comunicado divulgado pelo BC decretou como indisponíveis os bens de controladores e ex-administradores do grupo.
São eles:
Controladores
– Master Holding Financeira S.A., CNPJ 54.331.263/0001-02
– 133 Investimentos e Participações Ltda, CNPJ 31.093.039/0001-24
– Armando Miguel Gallo Neto, CPF 128.207.668-03
– Daniel Bueno Vorcaro, CPF 062.098.326-44
– Felipe Wallace Simonsen, CPF 180.471.708-80
Ex-administradores
Angelo Antonio Ribeiro da Silva CPF 013.529.807-54
José Ricardo de Queiroz Pereira, CPF 866.978.117-49
Luiz Antonio Bull, CPF 964.812.268-72
Reinaldo Hossepian Salles Lima, CPF 022.622.048-61
Vinicius da Silva Pinto, CPF 315.706.708-70
Classificação do Banco Master
O Banco Central informa que o conglomerado Master é classificado como instituição de “porte pequeno”, representando 0,57% do ativo total e 0,55% das captações do Sistema Financeiro Nacional.
Já o Banco Master Múltiplo, detalhou o BC, foi colocado em Regime de Administração Especial Temporária (RAET) por ser a “mais adequada” diante da “possibilidade concreta de solução que preserva o funcionamento da sua controlada Will Financeira”. O banco digital é alvo de negociação com possíveis compradores, que incluiriam o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi.
O Banco Central continuará apurando responsabilidades. Conforme o comunicado, as conclusões podem levar “à aplicação de medidas sancionadoras de caráter administrativo e a comunicações às autoridades competentes”. A nota reforça que, com a decretação dos regimes especiais, “ficam indisponíveis, a partir de hoje, os bens dos controladores e dos ex-administradores” das instituições atingidas.


