Liquidação do Banco Master: economista orienta investidores com CDBs da instituição

Liquidação do Banco Master: economista orienta investidores com CDBs da instituição

Atuação do Banco Central e da Polícia Federal é saudável para o sistema financeiro

A prisão do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, no aeroporto de Guarulhos pela Polícia Federal (PF), e a consequente decretação da liquidação extrajudicial da instituição pelo Banco Central (BC) pegaram o mercado de surpresa na manhã desta terça-feira (18).

O economista e sócio da consultoria de wealth management Ticker Wealth, Charles Mendlowicz, classifica a ação do BC e da PF como saudável para o sistema financeiro brasileiro. Segundo Charles, a investigação e eventual liquidação de instituições que fazem algo errado ou correm risco são necessárias para apartá-las do sistema.

“O sistema financeiro precisa desse tipo de operação. Quando uma instituição atua em desacordo com as regras vigentes ou corre risco, ela precisa ser liquidada, investigada e apartada do sistema. Este tipo de fato é extremamente saudávelÉ melhor para o mercado financeiro que um banco com problemas seja liquidado do que ter instituições fantasmas em operação”, avalia Mendlowicz, fundador do canal Economista Sincero.

A surpresa no mercado foi motivada pelo fato da prisão de Vorcaro e o afastamento do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, ocorrerem logo após a notícia da venda integral do Banco Master para um consórcio com a Fictor Holding Financeira e investidores dos Emirados Árabes Unidos, que previa um aporte de R$ 3 bilhões. Vorcaro, que estava embarcando para o exterior, foi preso no aeroporto.

Risco para investidores e o caso Rioprevidência

Embora o sistema financeiro se beneficie com a operação, Mendlowicz ressalta que haverá perdas significativas para alguns credores. Um dos casos de maior destaque é o do Rioprevidência, fundo de pensão dos servidores do Rio de Janeiro. O Economista Sincero explica que o fundo concentrou R$ 1 bilhão em Letras do Banco Master sem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

“Como é que a previdência de funcionários, que é algo extremamente importante, é alocada em um banco apontado em diversas matérias como uma instituição de credibilidade duvidosa?”, questiona Charles Mendlowicz.

Para os credores sem garantia do FGC, o dinheiro só poderá ser reavido após a liquidação, entrando em uma fila de credores e dependendo da prioridade e do patrimônio que sobrar do banco, em um processo que pode ser longo.

Economista orienta investidores

Para os investidores que aplicaram em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e outros produtos cobertos pelo FGC, o procedimento de ressarcimento é mais simples, mas exige ação do credor. O limite máximo de cobertura é de R$ 250 mil por CPF/CNPJ e por instituição financeira.

Charles Mendlowicz alerta que a cobertura se refere ao valor total, incluindo o capital investido mais os juros acumulados. “Você tem que investir menos de R$ 250 mil, e contar que você vai ganhar o juro. Tem que se preparar para casos como esse, do Banco Master, com inteligência”, pontua o economista.

Passo a passo para o ressarcimento junto ao FGC (pessoa física)

1. Liquidação e lista de credores: após o decreto de liquidação pelo Banco Central, o Banco Master deve enviar a lista dos credores com direito a cobertura ao FGC. Este processo deve demorar cerca de 30 dias.

2. Solicitação via app: depois que o FGC recebe e processa a lista (cerca de 48 horas após o recebimento), a solicitação de ressarcimento é liberada no aplicativo do FGC.

3. Cadastro e recebimento: o credor (pessoa física) deve baixar o aplicativo do FGC, fazer o cadastro, validar a biometria, enviar os documentos e cadastrar a conta bancária de sua preferência para receber o dinheiro. O dinheiro deve cair em alguns dias após a solicitação.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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