Pirataria é maior entrave para o crescimento da indústria de streaming
Líder do Conselho Antipirataria, Maurício Almeida, reforça importância da segurança e da cooperação entre empresas e órgãos reguladores para fortalecer o setor
O avanço da pirataria audiovisual segue como um dos principais entraves para o crescimento sustentável da indústria de streaming no Brasil e na América Latina. Além de gerar prejuízos bilionários ao mercado formal, o consumo de conteúdo ilegal compromete a inovação, a geração de empregos e a experiência do consumidor, afetando toda a cadeia produtiva — de estúdios e distribuidores até provedores de internet.
Segundo levantamento do Fórum Nacional de Combate à Pirataria e à Ilegalidade (FNCP), somente em 2020, o mercado ilegal custou ao Brasil R$ 287 bilhões. Outro relatório, este da Akamai, empresa global de cibersegurança e entrega de experiências digitais, mostra a persistência da pirataria online no Brasil, 5º colocado no ranking mundial de acessos a sites de pirataria.
Para Maurício Almeida, fundador e Presidente da Watch e líder do Conselho Antipirataria da ABOTTS, o enfrentamento à pirataria exige uma abordagem conjunta entre empresas, associações e órgãos públicos.
“Segurança não é opção, é obrigação. Quando organizamos a informação, ganhamos velocidade e melhoramos a experiência do consumidor de forma legal e sustentável. É papel de todo o ecossistema agir ativamente para conter a pirataria e proteger a economia criativa”, afirma o executivo.
Almeida destaca ainda que o investimento em tecnologia e segurança compensa, especialmente diante do alto volume de movimentação financeira que ainda ocorre fora do sistema formal. Segundo o especialista, ações recentes de combate à pirataria são necessárias no segmento, vide o que aconteceu na Argentina conduzida pela Anatel em cooperação com a Alianza.
O executivo esteve presente no painel “Guerra Digital: Estratégias contra a pirataria no streaming”, no Streaming Academy 2025, evento organizado pela ABOTTS – Associação Brasileira de OTTs e Streamings, ao lado de empresas como Anatel, Ancine, Stenna e EZDRM.
“O consumo ilegal de conteúdo é uma distorção que reduz a qualidade da experiência e desestimula o investimento em inovação. Combater a pirataria é proteger o crescimento do setor e criar um ambiente mais justo, competitivo e sustentável para todos os players”, reforça o presidente da Watch.
A discussão sobre segurança e regulação também ganha força no contexto do Projeto de Lei nº 8.889/2017, em tramitação na Câmara dos Deputados, que propõe a regulamentação do streaming no país. Para o setor, a iniciativa pode representar uma oportunidade de aprimorar mecanismos de proteção de conteúdo e garantir um ambiente mais equilibrado entre produtores, distribuidores e consumidores.


