Reforma tributária eleva imposto sobre direitos de imagem de atletas para até 35%

Reforma tributária eleva imposto sobre direitos de imagem de atletas para até 35%

Mudança para imposto único cria despesa para clubes-associação, eleva tributo das SAFs, altera contratos e extingue benefício que, por cinco anos, desonerava transferências

A reforma tributária, que inicia sua transição em janeiro de 2026, mudará a forma como as empresas — incluindo os clubes de futebol — lidam com impostos. Talvez o maior impacto esteja nos contratos de direito de imagem. A tributação sobre os valores pagos à pessoa jurídica (PJ) de um atleta saltará dos atuais 3,65% para a alíquota padrão do IVA, estimada em 26,5%. Somando outros impostos, o custo total pode ultrapassar 35%.

O novo modelo tributário trocará PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS por um único imposto, o IVA dual (IBS + CBS). A grande regra é que o imposto não será mais cumulativo. Em vez de uma cobrança em cascata (“imposto sobre imposto”), as empresas receberão de volta, em forma de crédito, o imposto pago na etapa anterior de uma compra ou serviço.

Na prática, o sistema funcionará como uma espécie de “vale-desconto” automático. Toda vez que um clube comprar um produto ou serviço (como grama para o campo ou uniformes), o imposto embutido naquela compra vira um crédito para ele. Na hora de pagar o imposto sobre suas próprias receitas (como a venda de ingressos), o clube usará esse crédito para abater o valor. Assim, ele paga imposto apenas sobre o valor que ele mesmo adicionou, e não sobre os custos que já teve.

Nova regra

Os clubes organizados como associações sem fins lucrativos, que hoje são isentos de vários tributos federais, passarão a ser taxados. A nova regra estabelece uma alíquota de 10,6% sobre receitas que antes não eram tributadas, como patrocínios e bilheteria. Na prática, é uma despesa totalmente nova que impactará o caixa. A única forma de aliviar esse custo será usar os créditos gerados por todas as suas despesas, como materiais esportivos e manutenção de estádios.

Já os clubes-empresa (SAFs) continuarão com uma regra de tributação específica, mas o imposto sobre a receita subirá dos atuais 4% para 8,5% até 2033. Como esse regime tem limitações para o aproveitamento de créditos fiscais, operações internas, como a compra de jogadores no mercado nacional, se tornarão mais caras em comparação com a venda de atletas para o exterior, que permanece isenta.

Para Marcos Tadeu Jr, CEO da Invent Software, empresa especializada em automação fiscal, os clubes precisam agir agora. “A gestão fiscal deixará de ser apenas sobre pagar impostos e passará a ser sobre gerenciar créditos em tempo real”, destaca. “Quem não tiver a tecnologia adequada para fazer esse controle de forma automática e precisa, corre o risco de perder dinheiro, seja por pagar mais imposto que o devido ou por não recuperar créditos a que tem direito”, completa.

Crédito da foto: Freepik

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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