Revisão tributária pode salvar o caixa das empresas no fim do ano
Auditoria e revisão fiscal ajudam empresas a evitar autuações e desperdícios
Com a aproximação do encerramento do exercício fiscal, cresce a necessidade de as empresas revisarem o planejamento tributário e garantirem que os tributos pagos ao longo do ano estejam corretos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), mais de 90% das empresas brasileiras recolhem valores acima do necessário por falhas de apuração, enquadramento incorreto no regime tributário ou falta de revisão sistemática das obrigações fiscais.
Para a estrategista tributária Maynara Fogaça, CEO da Visão Tributária, revisar os tributos antes do fechamento do ano é uma medida essencial para evitar prejuízos e otimizar o fluxo de caixa. “Muitos empresários acreditam que o problema está nas vendas ou nos custos operacionais, mas parte das dificuldades pode estar nos tributos pagos a mais. Rever o que foi pago com profundidade técnica e visão estratégica evita perdas e pode gerar créditos recuperáveis”, explica.
A legislação brasileira permite que empresas solicitem a revisão de tributos pagos indevidamente nos últimos cinco anos, por meio de pedidos de restituição ou compensação. Fogaça ressalta que essa prática deve ser adotada de forma preventiva, e não apenas em momentos de crise. “A revisão tributária não é uma ação emergencial, mas uma ferramenta de inteligência e crescimento. Empresas maduras tratam o tema como parte da estratégia financeira”, afirma.
O que revisar antes do encerramento do ano
Para se preparar adequadamente para o encerramento de 2025, a especialista recomenda que empresários e contadores sigam quatro pilares: reavaliar o regime tributário vigente, identificar créditos fiscais possíveis, realizar auditorias internas periódicas e capacitar as equipes contábeis sobre as mudanças legais recentes.
De acordo com Fogaça, a Receita Federal vem intensificando o cruzamento eletrônico de informações e o uso de inteligência artificial na fiscalização, o que exige maior rigor na conformidade dos dados transmitidos via SPED e notas fiscais eletrônicas. “Empresas que crescem com solidez não abrem mão de auditorias frequentes justamente porque entendem que a base tributária precisa estar alinhada com a operação”, ressalta.
A especialista também defende que o tema tributário deve ser tratado como um pilar estratégico da gestão financeira, e não como uma obrigação restrita ao departamento contábil. “Tributo é um centro de custo que, se bem administrado, pode se transformar em vetor de crescimento. Existe uma diferença significativa entre pagar imposto e pagar certo”, conclui Fogaça.
O fim do ano representa, portanto, o momento ideal para revisar os tributos pagos, corrigir inconsistências e planejar o próximo exercício com segurança jurídica e eficiência fiscal. Essa prática pode ser o divisor entre encerrar o balanço com resultados sustentáveis ou deixar valores significativos esquecidos nos cofres públicos.


