Processos trabalhistas: índice de conciliação no Brasil é de apenas 21%

Baixa adesão a acordos desperdiça potencial de economia para empresas e agilidade para a Justiça
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do total de 2.960.794 entradas de processos trabalhistas entre janeiro e julho de 2025 no Brasil, apenas 396.306 audiências conciliatórias foram realizadas. Esse número representa um índice conciliatório de apenas 21,06% nos últimos 12 meses. Para Lucas Pena, CEO da Pact Insights, legaltech especializada em redução de passivos trabalhistas, o dado evidencia o desafio em consolidar uma cultura de acordos, mesmo diante do potencial de economia para empresas e da celeridade para o Judiciário.
“Falta estratégia e visão financeira no trato com ações trabalhistas. Há uma clara predisposição das partes em buscar acordos. O que ainda falta são parâmetros objetivos que façam as expectativas convergirem de forma viável para ambos os lados. Também é preciso reconhecer o esforço da Justiça do Trabalho e dos CEJUSCs em montar essas mesas de negociação e catalisar soluções definitivas para empregadores e ex-empregados. A cultura de conciliação precisa deixar de ser exceção para se tornar regra, e isso começa por dados, tecnologia e vontade de mudar”, afirma o executivo.
Para Lucas Pena, os dados refletem uma tendência nacional de baixa efetividade na conciliação de passivos trabalhistas. “Temos uma justiça mais digital, mais segura e um cenário empresarial cada vez mais sensível a boas práticas de ESG. Isso exige uma mudança de mentalidade. O que estamos propondo é simples: que as empresas troquem litígio por governança, custo por oportunidade, incerteza por economia”, conclui o CEO da Pact.