Com crescimento, pesquisa do Ibef-PR revela que ESG já está integrado à estratégia de 34% das empresas

Estudo realizado em parceria com o Datacenso mostra que áreas de RH, operações e finanças lideram a adoção de princípios ESG nas empresas paranaenses
Uma pesquisa realizada pelo Ibef-PR em parceria com o instituto Datacenso revelou que as empresas paranaenses estão avançando de forma consistente na incorporação de práticas ESG (Ambiental, Social e Governança) em sua estratégia de negócio. O levantamento, feito com CFOs das principais empresas do estado, revela que 34% das organizações já possuem o ESG inserido em processos de decisão, investimentos e gestão, contra 31% no ano passado. Esse resultado indica que, embora muitas companhias ainda estejam nos estágios iniciais da jornada, o tema vem ganhando espaço como pauta estratégica.
O estudo dividiu as empresas em diferentes graus de maturidade. De um lado, 35% estão nos primeiros passos, com ações isoladas e pouco impacto no direcionamento dos negócios. Em seguida, 22% já possuem uma estratégia de sustentabilidade estruturada, mas ainda sem integração plena com os objetivos corporativos. Por outro lado, 23% das empresas afirmam já utilizar o ESG como referência em decisões de investimento e inovação, ainda que haja espaço para melhorar a mensuração de resultados. As mais avançadas, representam 11%, e se encontram no estágio em que os princípios de sustentabilidade são vistos como diferencial competitivo consolidado e parte do próprio modelo de gestão.
Um dado que reforça a tendência de crescimento na implementação das práticas de ESG é a queda expressiva no número de executivos que não souberam responder em que estágio sua empresa está: em 2024 esse grupo representava 21%, enquanto em 2025 caiu para 10%. O resultado, segundo os pesquisadores, evidencia não apenas mais envolvimento das companhias, mas também o esforço de incluir o tema nas discussões de alta liderança.
Áreas engajadas
Outro destaque do levantamento é a identificação das áreas mais engajadas na integração do ESG. Recursos Humanos, Operações e Finanças aparecem na linha de frente, sinalizando que a sustentabilidade deixou de ser um tema periférico para se tornar transversal na gestão corporativa. Para João Alves da Rocha Loures, coordenador do Comitê de ESG do IBEF-PR, esse movimento marca uma virada de chave: “Não se trata mais apenas de iniciativas pontuais ou de discurso. Quando áreas como Finanças, Operações e RH assumem a pauta, percebemos que ESG começa a fazer parte do DNA das organizações”, afirma.
A tendência segue alinhada ao cenário global, em que investidores, clientes e reguladores exigem cada vez mais transparência e resultados concretos em sustentabilidade. Para especialistas, o desafio daqui em diante é ampliar a integração para todas as áreas, fortalecer a cultura interna e consolidar indicadores capazes de traduzir o impacto ambiental, social e de governança em valor para os negócios.
Segundo o Datacenso, acompanhar a evolução da agenda ESG nas empresas é essencial para compreender os próximos movimentos do mercado, as tendências corporativas e os impactos que essas práticas geram em diferentes setores.
“Os resultados indicam que a sustentabilidade, boa governança e impactos sociais positivos vêm ganhando papel estratégico entre os executivos financeiros, não apenas como uma exigência regulatória ou reputacional, mas como parte integrante do modelo de negócios. Esse tipo de informação é fundamental para antecipar tendências e apoiar empresas, investidores e formuladores de políticas públicas em suas decisões”, destaca Cláudio Shimoyama, CEO do Datacenso e responsável técnico pela pesquisa.
Crédito da foto: Envato