Consumidores devolvem 10% do que compram
Dos produtos vendidos no Brasil, 10% retornam para as empresas e na metade dos casos de devolução os consumidores têm a solução em até uma semana revela a pesquisa Políticas de logística reversa em empresas que atuam no Brasilâ€. Inédito, o estudo que consultou 188 companhias foi apresentado no no 1º Fórum Internacional de Logística Reversa, promovido pelo Conselho de Logística Reversa do Brasil, em parceria com a Publicare Eventos, que contou com a presença de 180 executivos e empresários de vários setores.
De acordo com Paulo Roberto Leite, responsável pela pesquisa, a intenção foi levantar a quantidade e os custos do processo de devolução em relação á s vendas. Metade das companhias afirmou gastar até 5% do faturamento obtido com o retorno dos produtos. Segundo ele, o custo do retorno é maior do que a quantidade de itens devolvidos. Mas grande parte das companhias brasileiras ainda não mensuram devidamente os custos de retorno, afirma.
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O presidente da norte-americana Reverse Logistics Association (RLA), Gailen Vick, falou durante o evento sobre o dilema da logística reversa. Segundo ele, os produtos descartados sem nenhuma política de reaproveitamento afetam negativamente o meio ambiente e a vida da população em todo o mundo e, ao mesmo tempo, são um importante ativo perdido pelas empresas. Apesar disso, a logística reversa não recebe a atenção desejada por grande parte das corporações. Pesquisa da RLA apurou que os processos na área de logística reversa representam entre 3% e 25% do Produto Interno Bruto (PIB) de alguns países. Nos Estados Unidos estima-se que movimente, no mínimo, US$ 360 bilhões anualmente.
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Luis Veiga Martins, diretor-geral da Sociedade Ponto Verde (SPV), de Portugal, apresentou o resultado do trabalho da entidade sem fins lucrativos que em 2008 recolheu 535 mil toneladas ou quase metade (49%) de todos os resíduos de embalagens colocados no mercado pelas 8,9 mil companhias associadas. Com esse índice, praticamente cumpre, com bastante antecedência, a meta imposta para os países da Comunidade Européia de reciclar até 50% de todos os resíduos urbanos, até o ano de 2020. Cada uma das companhias contribui com quantias em dinheiro, de acordo com o volume de embalagens utilizadas nos itens que fabricam, para que os municípios recebam pela coleta e a triagem de tudo o que é depositado em ecopontos pela população. No ano passado, os municípios portugueses receberam 50 milhões de euros para realizar a tarefa. Campanhas educativas e de incentivo fizeram com que, em 2007, fosse alcançado um índice de 63% de domicílios portugueses que separam os resíduos de embalagens.
Além das atrações internacionais, Danilo Furtado, do Ministério de Minas e Energia, ministrou uma palestra sobre o Programa de Substituição e Promoção de Acesso a Refrigeradores Eficientes, do governo federal. A meta é substituir 10 milhões de refrigeradores obsoletos e energeticamente ineficientes em um prazo máximo de 10 anos. Trata-se de um programa de grande envergadura que está sendo acompanhado por desenvolvimentos tecnológicos de empresas de logística reversa e que certamente trará ao debate os principais inibidores das cadeias reversas de outros setores empresariaisâ€, afirma o presidente do CLRB.
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