Indústria de defensivos prevê recuperação este ano
A indústria de defensivos agícolas no Brasil trabalha com um cenário de recuperação do setor em 2010. As estimativas apontam o crescimento na economia mundial. As dificuldades financeiras apresentadas recentemente por alguns países na Europa não devem se alastrar a outros mercados. Mais positivo para o Brasil é o fato de algumas análises indicarem que o PIB nacional deve crescer algo entre 5% e 6%, portanto situando-se acima da média mundial. O presidente do Conselho Diretor da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), João Sereno Lammel, prevê que a agricultura brasileira, certamente, acompanhará essa perspectiva de alta na economia.
O impacto da crise se refletiu no setor de defensivos agícolas. As vendas em dólar encerraram o ano passado com retração de 10% em relação a 2008. Segundo Lammel, a comercialização no setor foi prejudicada por alguns fatores macroeconômicos, como a crise, que afetou todo o mercado mundial e, no mercado interno, a desvalorização do cá¢mbio, já que produtos importantes da agricultura brasileira são cotados em dólar.
Apesar do cenário de recuperação projetado para 2010, João Lammel sugere, para a agricultura, que se avalie as perspectivas com certa cautela. De fato, entre as principais culturas, o algodão se manterá praticamente estagnado e o milho sofrerá redução, de acordo com projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
De acordo com a avaliação do dirigente da Andef, a cana deve recuperar-se das dificuldades enfrentadas desde 2008, salvas em parte pelo preço do açúcar no mercado internacional. A soja registrará aumento mundial dos estoques com elevação da colheita em dois dos grandes países produtores, juntamente com o Brasil. Nos Estados Unidos, a safra de 2009, apesar dos problemas climáticos, será maior que a do ano anterior; igualmente na Argentina deverá haver aumento de produção na safra 2009-10. Ou seja, o aumento mundial dos estoques pode implicar a contenção dos preços pagos ao produtor. Portanto, mesmo com o aumento do Valor Bruto da Produção, não significa, necessariamente, que haverá aumento da renda líquida do agricultor, alerta Lammel.
Â