Valorização do yuan favorece empresa paranaense
Empresas brasileiras que disputam mercados diretamente com os fabricantes chineses vêm com bons olhos a valorização do yuan. በo caso da paranaense Danka Bolsas, principal fornecedor nacional para o segmento OEM (Original Equipment Manufacturer) de mochilas, pastas, luvas e maletas para informática, que atua ainda na fabricação de produtos promocionais e para o setor ótico. Segundo o diretor comercial da Danka Bolsas, João Paulo Zanona, caso a valorização do yuan continue e venha a se tornar mais significativa, os preços dos produtos chineses aumentariam. Neste caso, muitas empresas que normalmente importam seus produtos voltariam a pensar em comprar e produzir seus produtos no mercado nacional, por todas as vantagens logísticas em se ter um fornecedor nacionalâ€, afirma.
Zanona revela que os primeiros efeitos de uma moeda chinesa mais forte já estão sendo percebidos. Detectamos que algumas empresas, as mais visionárias, já estão pensando em trazer sua produção de volta ao Brasil, pois previram a valorização do yuan e também uma maior valorização dos custos da mão de obra chinesaâ€, conta.Em termos práticos, isso significaria muito para a economia brasileira. Neste cenário, conseguiíamos mais clientes, geraíamos muito mais empregos e investiíamos mais na produçãoâ€, avalia Zanona. Atualmente, os produtos chineses são os principais concorrentes da Danka Bolsas, com preços que entram no Brasil entre 50% e 100% mais baratos. Dentro do mercado de bolsas, a interferência dos produtos chineses é sentida praticamente em todos os segmentos, em especial nos de grande volume, como bolsas esportivas, escolares, para notebooks, malas de viagem, entre outrosâ€, analisa.Â
O executivo considera a competição com os produtos chineses desleal. As mercadorias chinesas são tão boas quanto as que fabricamos no Brasil, porém os fabricantes contam com uma cadeia de fornecedores muito mais qualificada, pois atendem os mercados europeus e norte-americanos, que são ainda mais exigentes que o nacionalâ€, afirma. Com a política econômica do yuan desvalorizado, a única vantagem dos fabricantes nacionais acaba sendo logísticaâ€, analisa Zanona.
Já em relação ao dólar, o real valorizado prejudica bastante por um lado, já que torna o produto importado ainda mais barato. Quando o dólar estava por volta de R$ 2,50, no inicio de 2008, sentimos que muitas empresas voltaram sua produção para cá. Porém no final do ano ele voltou a baixar, esfriando esse movimento. Com um dólar nesse patamar, a nossa briga com os chineses fica um pouco menos injusta, pois as vantagens logísticas começavam a valer a pena. Próximo a R$ 1,75, como nos últimos dias, é mais difícilâ€, compara Zanona.
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Em 2010 a Danka Bolsas apresentou um crescimento no primeiro semestre de 16% em relação ao mesmo peíodo do ano passado, no que havia crescido 75%. Com isso, houve um crescimento de 10% no número de empregados com carteira assinada. Com as condições favoráveis, a empresa tem como meta triplicar de tamanho nos próximos anos.