Professor prevê crédito menor para 2011
A demanda do consumidor por crédito teve alta de 16,4%, em 2010, ante 2009. O resultado é o recorde da série iniciada em janeiro de 2007, de acordo com o levantamento da Serasa Experian divulgado nesta segunda-feira (10). De acordo com o professor especialista em crédito da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV- Eaesp), José Pereira da Silva, este resultado pode ser explicado por dois fatores: busca da manutenção da atividade econômica do país, especialmente no peíodo a partir da chamada ‘crise do subprime’, com a finalidade de reduzir o impacto negativo de uma recessão, e a busca do crescimento do volume de crédito de uma forma mais geral, acompanhando o comportamento do nível geral de empregos. Neste sentido, chegamos próximo de 50% do PIBâ€.
Para 2011, o professor acredita que o crescimento do crédito será menor. Em 2010 a inflação foi pouco superior á s estimativas da autoridade monetárias, e o Banco Central (BC) pretende segurar qualquer tentativa de retomada de um processo inflacionário mais forteâ€, ressalta José Pereira da Silva.
Com relação ao crédito para as empresas, o professor destaca que é preciso crescer, especialmente o crédito para financiamento de projetos. O país precisa crescer e modernizar sua capacidade instalada. As empresas de grande porte têm maior facilidade de obtenção de recursos junto á s aências de desenvolvimento devido a uma melhor estrutura e á governança corporativa. Para as empresas de pequeno e médio portes, nem sempre é fácil obter esse crédito. Os bancos de desenvolvimento e aências de fomento exigem projetos estruturados para financiamento e muitas vezes as pequenas empresas não têm estruturas e organização de informações para apresentação de projetos. Além disso, eventos como a Copa do Mundo, Olimpíadas e a expectativa com o Pré-Sal vão puxar a atividade econômicaâ€.