Varejo paulistano chega ao Natal com estoques inadequados

A percepção dos comerciantes da região metropolitana de São Paulo (RMSP) em relação aos seus estoques voltou a piorar em dezembro e, com isso, o indicador que mede a adequação dos estoques do varejo atingiu 93 pontos – queda de 1,6% após dois meses consecutivos de alta. Ao longo de um ano de seguidas surpresas negativas nas vendas, o indicador registrou retração de 15,9% na comparação com dezembro de 2014. Os dados são do Índice de Estoques (IE) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas e varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.

Ao contrário dos meses anteriores, porém, em dezembro o recuo do indicador deveu-se ao crescimento da proporção de empresários que disseram estar com estoques abaixo do desejado – o valor subiu de 14,9% em novembro para 16,1% em dezembro; em dezembro do ano passado, a proporção era de 13,8%. Para a assessoria econômica da Federação, a razão está relacionada à estratégia que alguns empresários adotaram de reduzir o mix de produtos para garantir maior giro de mercadorias e menores custos de estoques, e não à recuperação das vendas.

Por outro lado, caiu ligeiramente a proporção de empresários com estoques acima do adequado. Em dezembro, a parcela ficou em 37,2%, ante 37,8% em novembro. Em dezembro de 2014, porém, apenas 30,8% dos empresários entrevistados estavam com mercadorias encalhadas, mostrando que o varejo paulistano chegou ao Natal com excesso de estoques, reflexo de um ano de vendas fracas, ainda piores do que era esperado.

Na avaliação da Entidade, apesar de as apostas iniciais para este ano terem sido de maior adequação dos estoques diante da redução gradativa de pedidos aos fornecedores, o ritmo de vendas se deteriorou mais do que o esperado. Com isso, os estoques permaneceram acima do desejado praticamente ao longo de todo o ano. A estratégia de algumas empresas de reduzir o mix de produtos, por sua vez, gerou entre elas a sensação de que os estoques estão baixos mesmo diante de vendas mais fracas.

Para 2016, a FecomercioSP acredita que o ciclo dos estoques irá se encerrar, com o ajuste feito após as vendas de Natal e também às queimas e liquidações tradicionais do início do ano. No próximo ano, os pedidos junto aos fornecedores devem ser bem menores do que em 2015, já que as expectativas de vendas deste final de ano são de queda de 5% a 10% em relação ao ano passado e o fato de que os empresários vão adentrar o ano com uma noção mais clara da gravidade e da duração dessa crise que agora atinge consumo.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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