Situação do setor calçadista deve se deteriorar ainda mais em 2016

Heitor Klein
Heitor Klein, presidente da Abicalçados.

A situação no mercado doméstico de calçados, enfraquecido pela queda na renda do consumidor, inflação e endividamento, deve se deteriorar ao longo de 2016. “Temos uma crise de ordem política contaminando a economia de uma forma muito forte”, destacou o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein . Segundo o dirigente, a situação é inversa no mercado internacional. Favorecido pelo câmbio, os exportadores de calçados devem galgar melhores resultados do que no ano passado, que fechou em 10% negativo na relação com 2014, com a exportação de 124 milhões de pares por US$ 960,4 milhões. “Se não tivermos uma escalada nos custos com estrutura e logística, podemos iniciar uma recuperação gradual e, em 3 ou 4 anos chegarmos aos níveis anteriores à crise, quando exportávamos US$ 2 bilhões”, projetou o executivo.

Na oportunidade, Klein também ressaltou a sinalização de melhores dias no comércio com a Argentina, segundo principal mercado para o calçado nacional e que vem registrando quedas consecutivas desde 2012. “A eleição do presidente Macri sinaliza dias de mais harmonia no Mercosul. Esperamos que o fato tenha reciprocidade do governo brasileiro”, comentou.

Questionado sobre a queda no mercado internacional ao longo dos últimos anos, o executivo ressaltou que não faltou competência ao calçado brasileiro, faltou competitividade. “Tivemos um aumento de custos muito elevado, algo que os asiáticos não tiveram. Todos os produtos manufaturados brasileiros perderam mercado nesse período de câmbio desfavorável, menos os primários”, disse, destacando que tudo o que envolve logística, encargos trabalhistas e carga tributária é mais caro no Brasil do que nos principais players de calçados do mundo. “Se conseguimos, mesmo no período de turbulência no mercado internacional, ampliar em 50% o número de destinos, é mérito da indústria que investiu em tecnologia e inovação para fugir da concorrência no preço”, frisou Klein.

Já no mercado doméstico, que deve retrair 7% em 2015, a expectativa não é das mais positivas. Para Klein, se houver uma repetição da performance em 2016 será um grande feito. “Mas em 2015, nos enganamos. No início do ano passado, aqui mesmo na Couromoda, tínhamos um pensamento de quedas mais elevadas do que as ocorridas”, disse. “A empresas estão aqui, estão acreditando no setor, lançando coleções diferenciadas em inovação e tecnologia. Nós não perdemos a guerra, seguimos batalhando e também buscando condições mais favoráveis de competitividade”, explicou o executivo.

A Couromoda, feira que lança produtos da coleção outono-inverno de mais de duas mil marcas, acontece até o próximo dia 13, nos pavilhões do Expo Center Norte, em São Paulo/SP. Nos quatro dias de mostra, a feira deve receber 30 mil lojistas e mais de mil importadores de 60 países.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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