Aeroflex inaugura nova fábrica na CIC

AeroflexEles cresceram sem alarde e hoje são proprietários de uma indústria de aerossol e produtos químicos com um faturamento anual da ordem de R$65 milhões. Comandam com rédeas curtas uma marca forte (Mundial Prime reconhecida como Top of Mind em 2014 e 2015), orquestram um portfólio com mais de 300 produtos – que atende o segmento automotivo e de construção civil – e encantam mais de 4 mil clientes. A mais recente conquista do casal Geisa e Márcio Miksza, e do amigo Ricardo de Freitas, fundadores da Aeroflex, é a inauguração de uma imponente fábrica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), agendada para o próximo dia 11 de março.

Márcio Miksza, diretor comercial da Aeroflex, é taxativo ao afirmar que não existe hoje no Brasil uma fábrica nos moldes da Aeroflex. “O principal diferencial da nossa fábrica é a segurança, condição enaltecida pela modernidade e alta capacidade produtiva. Todos os ambientes de trabalho foram divididos para minimizar riscos. O projeto da Aeroflex foi traçado em cima do conceito europeu, mas não seguimos a norma europeia – que demandaria o dobro do investimento. Em resumo, no que diz respeito à segurança o mercado europeu ainda está um passo a nossa frente, mas nós estamos a muitos passos dos concorrentes locais”, completa.

Márcio Miksza.
Márcio Miksza.

Mais do que uma nova fábrica para impulsionar o mercado de aerossol, a Aeroflex antecipou uma oportunidade de mercado para ampliar sua linha de produção e seus segmentos de atuação. “O mercado de aerossol no Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer. Hoje, aproximadamente 50% do aerossol consumido no país é proveniente de outros países e queremos preencher essa lacuna de mercado como envasador para produtos de terceiros”, admite Milsza.

Para 2016, a Aeroflex planeja atrair players do mercado de saneantes, veterinário e cosméticos. Ainda para este ano, a empresa também anuncia o lançamento de uma linha própria de produtos saneantes, produtos para uso doméstico como desodorizadores de ambientes e limpadores multiuso. O início da comercialização está previsto para o segundo semestre. “Queremos acelerar a parte de inseticidas e envase de repelentes também para contribuir no combate da epidemia de Dengue, Zika Vírus e Chikungunya”, pontua.

Atualmente, o faturamento da Aeroflex está distribuído em 30% para o segmento automotivo, 30% para a construção e 40% em tinta aerossol, que atende os dois mercados.

Além de separar a central de armazenagem de gases, os tanques de armazenamento de solventes e a área de formulação da estrutura principal, que acomoda a linha de produção com o sistema gas house, expedição e almoxarifado, a Aeroflex investiu alto em sistemas, processos e rastreabilidade de lote. “O investimento em estrutura permitiu a adoção do sistema de telemetria na central de gás, que possibilita identificar em tempo real a pressão interna dos tanques, assim como a temperatura e o volume de gás. Já o investimento em processos, iguala no patamar mais alto o envase de todos os produtos nos padrões da indústria cosmética”, justifica Miksza.

A nova fábrica soma 15 mil metros quadrados de área construída contra 6 mil metros quadrados da sede anterior. “Trocamos três aluguéis por um na Cidade Industrial – a estrutura anterior era dividida entre o bairro Tatuquara e o município de Araucária. Ou seja, diminuímos a despesa e aumentamos a receita”, avalia o diretor comercial. O investimento total, entre estrutura e maquinário na nova fábrica da Aeroflex, foi da ordem de R$20 milhões.
Independente de não ter sido concebida como uma indústria 100% sustentável, no que diz respeito a certificações, a Aeroflex se preocupou com o tema e buscou ações eficientes que propiciam economia no gasto energético e consequente redução na emissão de gás carbônico na atmosfera. Além de valorizar a iluminação natural, a nova fábrica conta com lâmpadas de LED, maquinários e motores nas linhas de produção de última geração e aparelhos de ar-condicionado tipo inverter, que reduzem em até 60% o consumo de energia. No futuro, a Aeroflex também pretende instalar geradores de energia fotovoltaica.

Apesar do pouco resíduo gerado, a separação e venda do lixo que não é lixo para indústrias de reciclagem é realizada por uma comissão de funcionários e a renda é distribuída ou convertida em prêmios.
A fábrica da Aeroflex também possui estação de tratamento de água e cisternas de captação e aproveitamento de água da chuva para a irrigação de plantas e jardins. Torneiras com fechamento automático reduzem até 60% o consumo de água.

“A construção dessa fábrica, além de coroar nossos esforços, garante trabalho num ambiente seguro para nossos funcionários, entrega produtos de qualidade para nossos clientes e atende a demanda de terceiros com segurança extra”, contextualiza Geisa Miksza, diretora de compras.

“Além de realizarmos um grandioso evento de inauguração para nossos familiares, amigos, clientes, autoridades, imprensa e prospects, vamos emendar nessa festa a primeira convenção de vendas da Aeroflex para um time de 70 representantes de todo o Brasil”, avisa.

Apesar de os treinamentos já fazerem parte da rotina da Aeroflex, essa será a grande oportunidade de os sócios dividirem com seus representantes a estrutura por trás da Mundial Prime.

Sócios driblam obstáculos e conquistam mercado nacional

Ricardo, Geisa e Márcio começaram a escrever sua história de sucesso há pouco mais de 10 anos, em Ponta Grossa, a 100 km de Curitiba. Envolvidos pelo desejo de ter o próprio negócio, os três técnicos, sem nenhuma experiência em administração, arregaçaram as mangas para trabalhar na criação de uma indústria química. “Nós começamos com apenas três funcionários e trabalhávamos até de madrugada. Era quase uma cooperativa onde fabricávamos e distribuíamos, inclusive sabão, para pequenos estabelecimentos. Foi nessa época que compramos nossa primeira máquina de aerossol. Criamos uma linha e tínhamos um grande cliente em Curitiba”, conta Geisa Miksza.

Em 2006 a empresa ganhou sede em Curitiba. “Viemos para a capital paranaense por uma questão logística”, lembra a diretora de compras. A empresa começou a operar com uma linha de 60 produtos batizados de Mundial Prime. “Trabalhamos na criação de produtos de qualidade igual ou superior às marcas mais antigas do mercado, tanto para o segmento automotivo como para o de construção civil e tintas, mas nós nunca investimos em marketing, exceto a participação em feiras do setor e anúncios esporádicos em revistas especializadas”, admite.

Segundo a diretora, a qualidade percebida sempre foi o grande trunfo para garantir a presença da Mundial Prime nas gôndolas. “Fizemos um trabalho de porta a porta para construir nossa atual carteira e sempre buscamos trabalhar corretamente com uma política comercial bem definida, além de respeitar todas as cadeias do processo, da revenda ao atacado. Hoje temos um portfólio com mais de 4 mil clientes, que compram desde R$1.500,00 até R$1,5 milhão”, conta Geisa.

No segmento de tintas, a Aeroflex começou com tinta spray de uso geral. “Hoje nosso portfólio contempla tinta spray de alta temperatura, graffiti, efeito camaleão, tinta agrícola, película líquida e removedor de tinta. Esse crescimento revela o dinamismo do nosso segmento e nosso compromisso com o desenvolvimento constante”, detalha Geisa.

Segundo o diretor comercial Márcio Miksza, além de a Aeroflex investir na realização de pesquisa de satisfação com sua base de clientes, os representantes também são uma grande fonte de informação e são catalisadores das demandas do mercado. “A qualidade é o principal atributo dos nossos produtos. Queremos melhorar a performance de nossos itens sempre com um preço acessível ao consumidor”.

As poucas advertências recebidas no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da Aeroflex inspiraram a mudança de fórmula em um de seus produtos carro-chefe, a tinta spray. “Durante cerca de 90 dias, nossa equipe se debruçou sobre o desafio de melhorar a performance desse produto em todos os quesitos: boa cobertura, secagem, resistência, corrosão e brilho. Com a identificação da matéria-prima ideal para conferir um upgrade ao produto, decidimos evidenciar essa mudança através da modernização da embalagem, que refletiu diretamente no aumento das vendas”, explica o diretor técnico, Ricardo de Freitas.

“A Aeroflex foi a nossa especialização”, declara Geisa. “Aprendemos com cada erro para chegar ao modelo de negócios atual. Começamos comprando com distribuidores locais e agora pretendemos acessar também o mercado externo para obter matéria-prima”, completa.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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