Estoques do varejo estão inadequados para 52,5% dos empresários do comércio

Os estoques estão acima do desejado.
Os estoques estão acima do desejado.

Após elevação registrada em fevereiro, o índice de adequação dos estoques do comércio varejista da região metropolitana de São Paulo (RMSP) apontou queda de 2% em março, motivado pelo aumento de empresários entrevistados que afirmaram estar com estoques acima do desejado.

No mês, o indicador que mede o nível de adequação dos estoques atingiu 94,7 pontos ante os 96,6 pontos registrados em fevereiro. Na comparação com março de 2015 – quando o índice registrou 103,9 pontos -, o valor foi 8,8% inferior, o que indica que, por mais conservador que esteja o empresário, está muito difícil vender e, consequentemente, desovar os estoques excessivos. Com isso, a tendência é de que o resto da economia também fique em ritmo de espera, uma vez que ainda não há sinal de retomada das compras do varejo junto a fornecedores.

Os dados são do Índice de Estoques (IE) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, e varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.

A queda do indicador no mês se deve à elevação da proporção de empresários que afirmaram estar com os estoques em situação acima da adequada, que subiu de 35,7% em fevereiro para 37,2% em março – alta de 1,5 ponto porcentual. Já a parcela de empresários com estoque abaixo do adequado (15,3%) apresentou queda de 0,5 ponto percentual ante os 15,8% registrados em fevereiro. Com isso, ao somar os estoques abaixo e acima do ideal, a maioria dos varejistas (52,5%) afirmou que seus estoques estão inadequados em março. A proporção de empresários que afirmaram possuir estoques adequados, com isso, caiu um ponto porcentual e registrou 47,2% em março, ante os 48,2% em fevereiro.

No comparativo com o mesmo mês de 2015, a proporção de empresários com estoques acima do adequado apresentou alta de cinco pontos porcentuais, mas houve quedas entre os que declararam estar com estoques abaixo do adequado (-0,3 p.p.), bem como entre os que afirmaram estar com nível adequado de mercadorias (- 4,4 p.p.).

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, este ano está cada vez mais parecido com 2015, e a aparente trégua da deterioração econômica não é mais vista. Agora, o consumidor se assusta com a taxa de desemprego crescente, a falta de prognósticos de curto e médio prazos e a incerteza política que paralisa completamente a tomada de decisões econômicas pelas autoridades.

A Entidade reforça que, para este ano, não é esperada uma retomada do crescimento econômico e, embora os empresários tenham começado o ano com uma noção mais clara da gravidade e da duração dessa crise, que atinge o consumo e prejudica o mercado de trabalho com aumento de desemprego, a postura conservadora do varejo não está conseguindo acompanhar a queda das vendas. O cenário é preocupante, e com renda, emprego e confiança em queda somando-se à inflação, aos altos juros e à queda do volume de empréstimos, não há espaço para o otimismo.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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