Aprovação do impeachment muda ânimo nos negócios

Mario Berti: nenhum projeto vinha sendo aprovado.
Mario Berti: nenhum projeto vinha sendo aprovado.

A aprovação do impeachment pela Câmara dos Deputados não muda no curto prazo o cenário dos negócios. Os próximos meses serão difíceis para a economia, mas desde ontem o que mudou foram as expectativas de que no médio prazo um futuro melhor nos aguarda.

Eu conversei agora há pouco com o economista Gilmar Mendes Lourenço e com o presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon), Mario Berti, e ambos reconhecem que daqui para frente o ânimo dos empresários será diferente, uma vez que teremos uma nova visão em relação aos investimentos. O presidente da Fenacon lembra que o mercado até então estava totalmente estagnado e nenhum projeto era aprovado.

Gilmar Lourenço: no curto prazo o desemprego continuará.
Gilmar Lourenço: no curto prazo o desemprego continuará.

Para o economista, e professor da FAE Business School, Gilmar Mendes Lourenço, os tempos continuarão difíceis, diferente do que aconteceu em 1992, quando da instauração do impedimento, e posterior renúncia, de Fernando Collor e posse do vice-presidente Itamar Franco. Na ocasião, lembra Gilmar, a nova administração nasceu com um grande fluxo de capital de confiança e com ampla capacidade de negociação com o Congresso Nacional. Hoje, segundo Gilmar, por mais seis meses, ainda ficaremos em compasso de espera, mas se o novo governo assumir terá cacife político para aprovar um grande pacote de reformas, sem contar que encontrará pela frente a esperança da população de que os tempos vão melhorar.

Eu perguntei ao Gilmar Lourenço sobre a questão do desemprego, e ele me disse que no curto prazo as empresas continuarão demitindo, e prevê que a taxa de desemprego pode chegar a 10% no segundo semestre. Ele justifica isso ao fato de que num curto espaço de tempo o governo não terá como reduzir as taxas de juros e nem lançar um pacote de bondades, de forma que a economia continuará retraída. Para o economista e professor da FAE, o momento é de cautela, mas o empresário que tiver condições financeiras para investir no futuro será favorecido pela reversão do quadro político.

Já o presidente da Fenacon me disse que o empreendedorismo por necessidade vai continuar e até que a economia entre nos eixos, o Microempreendedor Individual (MEI) será a melhor opção para que os trabalhadores que perderam seus empregos continuem sobrevivendo. Mario Berti só lamenta que dos quase 6 milhões de microempreendedores individuais que aderiram ao MEI desde que ele foi criado em 2009, nada menos do que 50% não estão conseguindo pagar as suas contribuições, que variam de R$ 45 a R$ 50 por mês.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *