Como mobilizar a equipe para enfrentar a crise
A recessão econômica continua obrigando muitas empresas a cortar pessoal, gastos importantes e fazer mais com menos estrutura. Com isso, a sobrecarga de trabalho, o medo do desemprego e, em alguns casos, atraso no pagamento acabam trazendo o clima de desânimo, que pode afetar a produtividade e o padrão de qualidade dos produtos e serviços. Nos momentos de crise uma boa liderança é fundamental tanto para “blindar” os negócios, evitando ou minimizando demissões, como também para tranquilizar e mobilizar a equipe para enfrentar a situação, de acordo com Paulo Canoa, diretor executivo da unidade Gi Group, parte da multinacional italiana de recursos humanos do mesmo nome.
“Um dos meus primeiros chefes dizia muitas vezes que um líder tem que inspirar as intraquilidades e expirar calma. E ele estava coberto de razão”, diz Canoa, que também é especialista em liderança. Segundo o CEO da unidade Gi Group, mesmo que o gestor esteja preocupado, o que é natural diante das incertezas do mercado, não pode deixar que essa insegurança seja contagiada pela organização e que deturpe a sua clarividência em mostrar o caminho.
Para que o gestor possa restaurar equilíbrio e promover união entre os colaboradores, em empresas que precisam tomar medidas difíceis para reverter a situação, Canoa pontua seguintes recomendações:
– Implementação rápida das decisões difíceis: mudanças, como demissões e realocações de pessoal, devem ser efetuadas o mais breve possível para acabar com receio de saber quem vai ser cortado ou não e preparar o restante do time para o que tem que ser feito, resgatando a tranquilidade.
– Compartilhe ideias e resultados: mantenha a equipe informada sobre os resultados das ações implementadas, para que todos entendam a real situação da empresa e possam contribuir com sugestões e atitudes que ajudem a implementar rapidamente o plano de ação.
– Transmita otimismo e determinação: o líder deve acreditar sempre no seu potencial e da sua empresa em superar a crise, e transmitir essa visão aos colaboradores com entusiasmo e seriedade. É fundamental mostrar que os momentos difíceis trazem desafios, mas também oportunidade única de desenvolver a capacidade profissional, criar um diferencial perante à concorrência, além de incentivar união. Aproveite o momento para convocar os funcionários a “arregaçar as mangas” e a se unirem para superar os obstáculos.
– Comunicação direta e franca: ao comunicar a reestruturação da empresa ou corte de pessoas seja respeitoso e objetivo. Transmitir entusiasmo é importante, contudo cuidado para não incorrer em discursos vagos. Depois de convencer a equipe do lado positivo da crise, é preciso definir e informar como a empresa pretende superar as dificuldades, ou sejam quais as medidas para controlar e reduzir ainda mais os custos mantendo a qualidade do serviço, como redirecionar os recursos para áreas de maior demanda, como vender mais, onde buscar as oportunidades de negócios, entre outros.
A crise econômica não deve ser encarada como ameaça, e sim como momento de aprendizado, aconselha Canoa. “Nesses períodos difíceis podemos identificar quais os melhores elementos que a nossa equipe tem, quais os pontos fortes da empresa, as nossas maiores virtudes e fraquezas. Com isso, podemos ver onde melhorar e sair da crise mais fortalecidos”.