Crise não atrapalha crescimento do setor de educação corporativa a distância
Ao contrário de muitos setores, a crise não conseguiu frear o crescimento do setor de educação corporativa a distância, que vem apresentando desempenho consistente desde o início dos anos 2000. Eu conversei com o CEO da Dtcom, o executivo Norton Moreira, e ele me disse que este modelo de negócio vem crescendo continuamente, e, em tempos de crise, a educação corporativa a distância ganha ainda mais força, principalmente por que além de apresentar custos menores para as empresas, os colaboradores não precisam sair do seu espaço de trabalho para receber treinamento ou qualificação.
Vale lembrar que, recentemente, a Dtcom, única empresa de Educação e Comunicação Corporativa a Distância cotada na Bolsa de Valores, anunciou ao mercado a fusão com a empresa FabriCO, líder no setor de conteúdos educacionais para Educação a Distância (EAD), Esse foi um dos principais movimentos no país entre players do segmento que formam uma Companhia com um modelo de negócios único, com atuações complementares de comunicação e educação a distância, nos mercados corporativo e acadêmico. A Dtcom, que já possuía know-how em soluções de transmissão de TV, internet, integração de tecnologias e produção de material para educação corporativa passa a contar com uma “fábrica de conteúdo” estruturada, com metodologia própria, capaz de produzir mais de 20 mil horas de conteúdo de alta qualidade por ano na web.
Só para se ter uma ideia, pesquisa da consultoria Deloitte, no estudo “Educação Corporativa no Brasil” mostra que 33% dos investimentos das empresas em treinamento são destinados à educação a distância. A mesma tendência ocorre no setor acadêmico. Dados da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), informam que o ensino a distância representa um terço do total de matrículas em cursos superiores no país.
De acordo com o CEO da Dtcom, no caso específico da educação a distância no mercado acadêmico, houve um crescimento muito grande no período de 2007 a 2014, e desde então houve uma estabilização por conta da redução dos recursos do Fies. Ainda, segundo me disse Norton Moreira, as instituições de ensino têm buscado aumentar no ensino a distância a base de alunos que antes contava com o dinheiro do Fies.
Norton Moreira chama a atenção para o fato de que o mercado de educação corporativa a distância tem muito a crescer no Brasil nos próximos anos, principalmente quando se compara com outros países. Aqui, por exemplo, cada trabalhador recebe, em média, 16 horas por ano de treinamento, contra 31 horas nos Estados Unidos.
De acordo com o CEO da Dtcom, o mercado de educação corporativa a distância amadureceu muito nos últimos 15 anos, se profissionalizou, criou novos métodos de ensino, permitindo a formação de milhares de trabalhadores. E quando o mercado cresce, dá oportunidade para que as empresas também cresçam.
Seguindo este cenário, a Dtcom, que passará a ter nova marca no segundo semestre, se torna uma das maiores produtoras de conteúdo para educação a distância em território nacional com previsão para 2016 de faturamento de R$ 30 milhões. No ano passado, a empresa já havia crescido 30%.