Para BC houve avanços no combate à inflação, mas há riscos de alta dos preços

INFLAÇÃOO Banco Central (BC) considera que houve avanços no combate à inflação, mas ainda há riscos no processo de combate à alta dos preços. A avaliação consta da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, divulgada nesta quinta-feira (5). Um dos riscos está relacionado ao processo de recuperação das contas públicas e sua composição. O comitê ressalta que indefinições e alterações significativas na trajetória de geração de resultados primários (receitas menos despesas, excluídos gastos com juros) contribuem para gerar uma percepção negativa sobre a economia brasileira e impactam negativamente as expectativas de inflação.

“Sobre o combate à inflação, o comitê destaca que a literatura e as melhores práticas internacionais recomendam um desenho de política fiscal consistente e sustentável, de modo a permitir que as ações de política monetária sejam plenamente transmitidas aos preços”, disse. Outro risco apontado pelo Banco Central é que o processo de realinhamento dos preços externos em relação aos internos e dos livres em relação aos administrados mostrou-se mias demorado e intenso do que o previsto. Esse realinhamento de preços foi um dos principais fatores que causaram a alta da inflação em 2015.

“Adicionalmente, remanescem incertezas em relação ao comportamento da economia mundial”, acrescentou o comitê. O Copom reafirmou que adotará medidas necessárias para que a inflação fique dentro do limite superior da meta este ano, 6,5%, e para fazer convergir para o centro da meta de 4,5%, em 2017. Neste contexto, reiterou o comitê, não há espaço para redução da taxa básica de juros, a Selic.

No dia 27 de abril, o Copom manteve a taxa Selic em 14,25% ao ano, pela sexta vez consecutiva. Embora ajude no controle dos preços, o aumento ou a manutenção da taxa Selic em níveis elevados prejudica a economia. É que os juros altos intensificam a queda na produção e do consumo.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.

Depois de quatro meses com taxa de dois dígitos, a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), voltou a fechar o acumulado de 12 meses em um dígito. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA fechou os 12 meses encerrados em março em 9,39%, depois de ter fechado fevereiro em 10,36%.

Na avaliação do Copom, a inflação em doze meses ainda está em patamar elevado, “reflexo dos processos de ajustes de preços relativos [administrados em relação aos livres e externos em relação aos internos] ocorridos em 2015, bem como do processo de recomposição de receitas tributárias observado nos níveis federal e estadual, no início deste ano, e que fazem com que a inflação mostre resistência”.
“Ao tempo em que reconhece que esses processos têm impactos diretos sobre a inflação, o comitê reafirma sua visão de que a política monetária pode, deve e está contendo os efeitos de segunda ordem deles decorrentes”,acrescentou. Para instituições financeiras, o IPCA deve fechar este ano em 6,94%.

O Copom projeta reajuste médio de 19% nas tarifas de água e esgoto, de 12,8% nos preços dos medicamentos e redução de 3,2% nos preços da energia elétrica, consideradas as alterações anunciadas relativamente a bandeiras tarifárias. A previsão anterior para a redução na tarifa de energia era 3,5%. Para o conjunto de preços administrados por contratos e monitorados, a estimativa é de variação de 6,8% este ano, ante a projeção de 5,9%, considerada em março. Para 2017, o BC projeta variação de 5% nos preços administrados, mesmo valor considerado em março. (Agência Brasil)

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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