Índice de mortalidade das empresas brasileiras é muito alto. Só 190 empresas têm mais de cem anos

Monique de Souza Pereira; brasileiro não tem cultura de longevidade.
Monique de Souza Pereira; brasileiro não tem cultura de longevidade.

O índice de mortalidade das empresas brasileiras é preocupante. E quando se fala de empresas familiares, que representam mais de 90% do total dos negócios existentes no País, e somam 40% do PIB brasileiro, a situação é ainda mais grave. Isso pode ser constatado nos números do IBGE que apontam que de cada 100 empresas abertas e bem-sucedidas, apenas 30% chegam a segunda geração e só 15% sobrevivem até a terceira geração.

Eu conversei com a advogada e especialista em Fusões e Aquisições e Reorganizações Societárias, Monique de Souza Pereira, e ela chama a atenção para o fato de que a média de sobrevivência das empresas brasileiras é de apenas nove anos. Só para se ter uma ideia de quanto o caso é grave, o Brasil tem somente 190 empresas centenárias. E olhe que estão em atividades em todo o Brasil, quase 19 milhões de empresas.

Eu perguntei à advogada o que pode ser feito para aumentar a longevidade das nossas empresas, em especial, as familiares, e ela me disse que um dos caminhos é a constituição de holding, que são excelentes instrumentos não só de organização e proteção patrimonial, como também de controle, gestão, eficiência tributária e planejamento sucessório. De acordo com Monique Pereira, entre as vantagens da criação de uma holding está a determinação de como será a entrada dos novos herdeiros, ela vai neutralizar as dissidências, ou seja, os conflitos serão resolvidos pela holding e não chegarão na empresa, o que vai gerar maior confiabilidade para investidores, Fisco, bancos, clientes e colaboradores. A holding também poderá ser um mecanismo de proteção dos imóveis da empresa, evitando que problemas financeiros dos sócios, divórcio e dívidas afetem o patrimônio imobiliário.

Aliás, as separações e os divórcios vivenciados por sócios de empresas, são considerados um dos maiores problemas enfrentados no ambiente empresarial. Estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), apontam que os divórcios, no país, aumentaram em cinco vezes desde a década de 1980.

Para que a empresa e os sócios não sejam prejudicados com o divórcio, Monique Pereira recomenda que o casal empreendedor tome alguns cuidados prévios como por exemplo, fazer um pacto antenupcial, assinar um contrato de convivência ou estabelecer um acordo de sócios, sempre observando as peculiaridades da empresa, da família e do casal. Tais medidas se tornarão grandes aliadas para a construção de um negócio perene e de sucesso.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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