Profissionais com deficiência sofrem com falta de perspectiva no desenvolvimento da carreira
Com o passar dos anos, houve um avanço na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Porém, de acordo com pesquisa realizada pela Catho, em parceria com a i.Social, ABRH-SP e ABRH Brasil, esses profissionais, muitas vezes, desistem ou trocam de emprego pois se deparam com a falta de um plano de carreira.
“Na verdade, muito profissionais com deficiência se sentem inseridos na organização apenas como parte do cumprimento da Lei de Cotas, o que pode resultar na desistência do emprego ou na busca por oportunidades em cargos mais qualificados”, explica o diretor de operações da Catho, Fernando Morette (foto).
Os três fatores apontados pelos profissionais com deficiência como os principais na hora de pensar em desistir de um trabalho flutuam na esfera de oportunidades melhores, como por exemplo, a falta de perspectiva de carreira, que lidera com 58%, seguida por sentir-se apenas parte da cota, com 52% e, em terceiro lugar, receber propostas de trabalho com melhores funções, com 47%.
Quais são os principais fatores que te levam a desistir de um trabalho (ou querer mudar de emprego)?
Falta de perspectiva de carreira 58%
Me sentir apenas como um funcionário de cota 52%
Propostas de trabalho com melhores funções 47%
Proposta de trabalho com salário melhor 46%
Falta de incentivo para aprimorar minha qualificação 40%
Preconceito com minha deficiência 27%
Falta de acessibilidade 13%
Problemas de relacionamento com o gestor 10%
Problemas de relacionamento com colegas de trabalho 7%
Pode até parecer contraditório, mas se por um lado as dificuldades para as pessoas com deficiência no mercado de trabalho são bem maiores em detrimento às que não têm deficiência, por outro, esses profissionais tendem, ainda assim, a permanecerem um tempo razoável no emprego.
Segundo a pesquisa, 26% dos entrevistados estão há mais de cinco anos no emprego e 23% deles estão entre dois e quatro anos. “Diante desse cenário, o que se vê são profissionais comprometidos, independentemente das dificuldades. Pessoas que querem ter o mesmo desenvolvimento de carreira que qualquer outro profissional”, finaliza o diretor de operações da Catho.
No seu último (ou atual) emprego formal, qual foi o tempo de permanência na empresa?
1 a 3 meses 11%
4 a 6 meses 5%
7 a 12 meses 9%
1 ano a 2 anos 17%
2 anos a 4 anos 23%
Mais de 5 anos 26%


