Startup desenvolve inteligência artificial para cobrir o gargalo das jornadas de trabalho de caminhoneiros

Startup desenvolve inteligência artificial para cobrir o gargalo das jornadas de trabalho de caminhoneiros

A startup SleepBoll anuncia a implantação de oitenta mil cabines para o descanso de motoristas em rodovias brasileiras nos próximos anos visando atender o mercado de logística de longa distância. De acordo com o CEO da empresa, Luciano Paixão, será investido 1,5 bilhão de reais pela iniciativa privada, “Incluindo em um segundo momento a demanda do setor de turismo, poderemos chegar a 500 mil unidades instaladas para abastecer também a necessidade de viajantes pelo Brasil”, comenta. Outro destaque é o atendimento médico e psicológico viabilizado por profissionais de medicina e da psicologia de tráfego na mesma estrutura, em convênio firmado com a Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego) e a Abrapsit (Associação Brasileira de Pasicologia do Tráfego). “Com isso pretendemos atuar de forma preventiva na saúde dos trabalhadores, reduzindo substancialmente o fator de fadiga e da saúde orgânica dos motoristas”, completa. 

As cabines de descanso da SleepBoll, ou pequenos dormitórios, ganham um algoritmo de inteligência artificial ligado à gestão do controle de revezamento de motoristas (hot seat) nos caminhões. O sistema considera fatores como jornadas intermediárias, embarque, desembarque, melhor rota, paradas obrigatórias, paradas do veículo para manutenção preventiva ou corretiva, jornada de trabalho, folgas do motorista com a família, férias, afastamentos do trabalhador, posicionamento das trocas, conectividade em tempo real com as gerenciadoras de riscos e seguradoras. A solução é disponível em “nuvem” para todas as empresas conveniadas no uso dos leitos.

Para desenvolver a tecnologia e implementar o projeto das cabines de descando nas rodovias brasileiras, em pontos estratégicos como postos de combustíveis, aeroportos e pedágios, a startup formou uma aliança com as entidades, empresas parceiras e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, a fim de juntos reivindicarem o que está previsto na Lei 13.103/2015, visando a abertura da linha de crédito com taxa de juros de longo prazo e carência, com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

“O setor logístico já contribuiu mais de 56 bilhões de reais desde a criação da Lei do Caminhoneiro em  2015. Hoje o BNDES fica com administração de 40% do fundo oriundo das contribuições de PIS da iniciativa privada”, mostra Luciano.

O sistema preventivo da SleepBoll prevê uma economia superior a trinta bilhões de reais por ano no custo direto do transporte e mais de cinco bilhões ao ano com valores inerentes à previdência social e SUS provocados pelos acidentes de trânsito em rodovias. 

Os números foram apresentados durante a Fenatran 2019 (Feira Nacional do Transporte), ocorrida na Expo São Paulo entre os dias 14 e 18 de outubro. Mais de 60 mil profissionais ligados ao setor do transportes visitaram o evento, entre montadoras, implementadoras de caminhões e carretas, transportadoras, locadoras, acessórios, rede de postos de combustíveis, caminhoneiros e entidades representativas. “Estamos em um estágio avançado para que o projeto seja implementado em 2020 em todo território nacional, Temos o apoio da maior parte das federações e sindicatos de transportadoras de cargas, transportadoras, indústrias e redes de combustíveis”, diz Luciano.

Luciano Paixão explica que a SleepBoll foi criada com o propósito de salvar vidas nas estradas, tendo em vista a solução completa que desenvolveu para a logística de longa distância. O executivo lembra que foram destinados duzentos bilhões de reais nos últimos vinte anos com 672 mil mortes decorrentes de acidentes de trânsito nas rodovias brasileiras. Ainda, duas milhões de pessoas ficaram incapacitadas.

“Era necessário mais que pontos de parada para atender o segmento. Enxergamos uma oportunidade de resolver um sério problema social. É preciso lembrar, ainda, que caminhões não foram concebidos para servirem de alojamento e nem cozinha. Hoje eles ficam 50% do período da viagem parados, gerando um custo diário de R$ 1200 ao setor, chegando a perda de R$ 300 mil em um ano por veiculo. Isso faz com que o transportador e o caminhoneiro autônomo viajem muito além do tempo seguro de direção”, conclui.

O custo inicial da hora de sono na cabine é de doze reais, sendo a receita compartilhada para investidores e postos de combustíveis que cuidam da manutenção da limpeza, energia e segurança das cabines de descanso. Um terço da receita vai para a plataforma fazer a gestão do hotseat e controles de ocupação.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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