Importadoras podem recuperar cerca de R$ 1 bilhão pagos indevidamente

Importadoras podem recuperar cerca de R$ 1 bilhão pagos indevidamente

Mais de 7.600 empresas que atuam no ramo de importação podem reaver cerca de R$ 1 bilhão, por conta do que foi pago a mais no valor da taxa de utilização do Sistema de Comércio Exterior (Siscomex).

O reajuste de mais de 500% aplicado pelo Ministério da Fazenda em 2011 foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, portanto os valores não poderiam ter sido exigidos do importador.

Origem

A taxa foi instituída em 1998, após a criação do sistema eletrônico que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior.

O tributo varia conforme o índice oficial de atualização monetária. Mas em 2011, uma Portaria do Ministério da Fazenda mudou os cálculos. Pelas novas regras, o Registro de Declaração de Importação (DI), por exemplo, pulou de R$ 30 para R$ 185 – variação de 516,6%. E cada adição de mercadorias nesse documento saltou de R$ 10 para R$ 29,50 — alteração de 195%.

“Esse reajuste foi considerado excessivo, pois extrapola a variação de 131,6% do custo de vida, medida pelo INPC, entre janeiro de 1999 a abril de 2011”, explica Arthur Achiles de Souza Correa, advogado especialista em Direito Aduaneiro, Empresarial e Internacional.

Como reaver esse dinheiro?

O caminho para recuperar os valores pagos a mais envolve ação judicial. O prazo de conclusão varia de um ano para mais, conforme o andamento do processo, mas permite o recebimento das quantias pagas indevidamente e ainda evita recolhimento impróprio.

A quantia que pode ser requerida é a diferença do tributo. Assim, os valores pagos a mais durante os últimos cinco anos podem ser recuperados pelas empresas, o que pode ser um alívio financeiro ao caixa nesse período de pandemia”, explica Correa.

Para se ter uma ideia, entre 2015 e 2020, levando-se em consideração as mais de 11 milhões de declarações de importação, pode-se dizer que as empresas em todo o Brasil têm a possibilidade de recuperar judicialmente, pelo menos, aproximadamente R$ 1 bilhão de reais”, observa o especialista que foi membro da Câmara Britânica de Comércio entre 2008 e 2019 e atua com Direito Tributário, Aduaneiro e Internacional há 18 anos.

A cobrança desses valores pode aliviar o caixa das companhias que atuam com a importação de mercadorias e foram atingidas por restrições em virtude da pandemia da Covid-19.

Embora o setor reconheça que as taxas de utilização do Siscomex não eram atualizadas desde 1998, as companhias do ramo ponderam que o aumento de mais de 500% vai muito além da variação inflacionária ocorrida entre 1999 e 2011, independentemente do indexador utilizado.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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