Preços no atacado apresentam tendência de desaceleração

Preços no atacado apresentam tendência de desaceleração

As pressões do atacado parecem ter perdido força nos últimos meses, segundo a análise da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base nos dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a avaliação da entidade, apesar de o quadro atual de formação de preços no varejo ainda estar longe de uma zona confortável para os comerciantes, ele vem apresentando um cenário mais positivo.

Na média, os preços dos produtos comercializados pelo varejo, medidos por meio do deflator da PMC, foram reajustados em 17%, nos 12 meses encerrados em abril deste ano. Já os preços no atacado, avaliados pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) do IBGE, avançaram 21% no mesmo período, revelando, portanto, um grau de repasse de 80% aos preços finais aos consumidores. Em maio de 2021, a inflação no atacado chegou a superar os 35%.

Em abril, a PMC apontou um avanço de 0,9% no volume de vendas no varejo, o quarto crescimento consecutivo, superando as expectativas da CNC, que projetava estabilidade em relação a março. Na comparação anual, o indicador apresentou alta de 4,5%, terceira variação positiva seguida, superando também o nível pré-pandemia, com avanço médio de 4,0% em relação a fevereiro de 2020.

Alimentos recuam pelo segundfo mês

Apesar do resultado positivo, a maior parte dos segmentos pesquisados pelo Instituto apresentou variações negativas em relação ao mês anterior. Foram as altas registradas pelos ramos de artigos farmacêuticos (+0,4%), vestuário e calçados (+1,7%) e móveis e eletrodomésticos (+2,3%) que sustentaram o avanço do setor em abril. Em contrapartida, o varejo de alimentos (-1,1%) recuou pelo segundo mês seguido.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca os avanços, mas observa que os resultados estão relacionados ao consumo de itens essenciais ou predominantemente domésticos. “O processo de regeneração tem ocorrido de forma heterogênea, na medida em que apenas quatro atividades comerciais conseguiram recuperar o nível de vendas verificado antes do início da crise sanitária. Esperamos que o cenário econômico se torne mais favorável para que todos os segmentos avancem”.

Movimento de recomposição

O economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, avalia que, subsetorialmente, já há segmentos do varejo tentando recompor as margens de comercialização sacrificadas durante o pico de reajustes no atacado. Segundo o economista, esse movimento é mais evidente nos ramos de móveis e eletrodomésticos, cuja variação de preços no varejo nos últimos 12 meses (+15,4%) supera o ritmo de reajuste no atacado (+10,7%), bem como no segmento de informática e comunicação (-1,3% no atacado e +4,5% no varejo).

“Confirmada a tendência de desaceleração dos preços no atacado, os preços no varejo tenderão também a perder força, abrindo espaço para reajustes menos intensos da taxa básica de juros”, projeta Bentes. Diante desse cenário, a CNC revisou de +1,5% para +1,7% sua previsão de variação do volume de vendas no varejo, em 2022.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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