Caso Americanas reforça a importância de Conselhos independentes
Conselheiros com formações diversas e independentes são os responsáveis por alertar a respeito de fraudes e inconsistências
O caso das Lojas Americanas é um dos assuntos mais comentados do momento. Para gestores de qualquer tamanho de negócio, a notícia chama a atenção porque promove uma reflexão sobre a importância da implantação de políticas de governança sólidas e consistentes em qualquer empresa. Nos negócios familiares não é diferente. É fácil imaginar os níveis de pressão que os membros do Conselho Administrativo do grupo Americanas estão sofrendo neste momento. São os conselhos atuantes que devem garantir que todas as decisões estratégicas da alta gestão estejam alinhas com as políticas administrativas e que gerem impactos, sejam eles financeiros ou de imagem para a marca.
“São os conselheiros que, em última instância, tem os olhos apurados e voltados para a saúde financeira e administrativa da empresa, seja ela de qualquer tamanho ou modelo de negócio. É por isso que a escolha dos conselheiros deve ser assertiva”, afirma Eduardo Valério (foto), CEO da GoNext, consultoria empresarial com foco na sucessão familiar de médias e grandes empresas.
Um conselho administrativo forte e independente garante que todas as áreas de uma empresa funcionem em sintonia. O papel do conselheiro é justamente fiscalizar as ações e revisar procedimentos relevantes e que gerem impactos diretos na contabilidade da empresa. “Nosso dia-a-dia é cheio de armadilhas e, em especial, nas empresas familiares a formação de um conselho independente era mais rara. Mas, o mercado de hoje valoriza as empresas que atuam com firmeza para evitar e combater fraudes. Os conselheiros precisam estar preparados para questionar e não ceder a pressões dos acionistas ou da direção da empresa”, completa Valério.
O escândalo das Americanas deixa evidente a necessidade da formação de Conselhos com diversidade de especializações e experiências mas, sobretudo, que considerem as atitudes e características de conselheiros que realmente pensem e ajam de forma independente.
A governança corporativa é uma ferramenta de gestão estratégica que garante a perenidade dos negócios familiares e focar na letra “G” da sigla ESG pode trazer resultados consistentes e a longo prazo para as empresas. “Para a maioria das empresas familiares a governança empresarial fica na esteira dos investimentos em inovação, tecnologia e compromisso ambiental e social, mas a governança é a chave para garantir que a saúde da gestão empresarial e enxergar os processos de toda a cadeia produtiva”, afirma Eduardo Valério, CEO da GoNext, empresa que atua na sucessão de empresas familiares. Para Eduardo “manter os negócios saudáveis depende, e muito, da estrutura de governança adotada pelo negócio e a formação de conselhos fiscais e administrativos independentes garante a longevidade da empresa”, conclui.
No caso da Americanas, possíveis fraudes provavelmente serão investigadas, uma vez que o Conselho Fiscal da empresa deveria ter percebido e estancado o rombo financeiro antes. Por isso a política de governança é fundamental para que, em situações extremas, como é o caso das Americanas seja possível identificar problemas de conduta e até mesmo mitigar casos de corrupção e má fé dentro de estruturas empresariais.