Taxação de offshores vai compensar reajuste no mínimo e no Imposto de Renda

Taxação de offshores vai compensar reajuste no mínimo e no Imposto de Renda

O projeto de lei que altera a tributação sobre aplicações financeiras no exterior (PL 4.173/2023), chamadas de fundos offshores, e a medida provisória (MP) 1.184/2023, que equipara as regras tributárias entre fundos fechados à legislação já vigente para fundos abertos, são fontes de recursos para a compensação do aumento do salário mínimo e da isenção do Imposto de Renda (IR), mas podem gerar questionamentos judiciais sobre taxações passadas. Essa é a conclusão de nota técnica publicada pelo Instituto Millenium nesta quarta-feira (6), que compara duas medidas pensadas para reduzir o déficit em 2024.

Em outra conclusão importante, o think tank aponta que a medida provisória cumpre o seu papel de justiça e isonomia tributária, já que equipara as regras tributárias entre fundos fechados e abertos. No caso de aprovação da taxação de offshores (projeto de lei), o instituto identifica uma base tributária mais incerta e possíveis questionamentos judiciais. “Dessa forma, é esperado que mudanças e aprimoramentos ao texto sejam propostos na discussão do Congresso”, concluiu.

Pontos positivos das medidas

De acordo com o documento, “as medidas seriam suficientes para compensar o aumento da faixa de isenção no IRPF, que reduzirá a arrecadação em R$ 3,2 bilhões nos últimos sete meses de 2023, R$ 5,88 bilhões em 2024 e R$ 6,27 bilhões em 2025, segundo estimativas do Ministério da Fazenda”, explicou o documento.

Além disso, também compensariam o aumento do salário mínimo em 2023. De acordo com o texto publicado, estima-se que o aumento de R$ 18 no salário mínimo custará R$ 3,3 bilhões em 2023, R$ 4,8 bilhões em 2024 e R$ 4,9 bilhões em 2025 aos cofres públicos.

Pontos negativos das medidas

Entretanto, segundo o think tank, a expectativa de arrecadação pode ter alguns desafios porque novos tributos não têm efeitos em rendimentos passados. “Do ponto de vista legal, novos impostos não alcançam fatos passados. Com isso, a taxação de rendimentos auferidos no passado, tanto na medida provisória quanto no projeto de lei em análise, podem ser retirados da proposta ainda no Congresso ou serem questionados judicialmente. Em ambos os cenários, teria-se uma receita fiscal menor do que a estimada”.

De acordo com a nota, não há consenso sobre a possibilidade de tributação dos rendimentos acumulados antes da aprovação da lei. Nesse sentido, o mecanismo pode gerar questionamentos judiciais, com possibilidade de reversão.

O Instituto Millenium afirmou que possíveis reestruturações nas carteiras de investimento, sobretudo as estrangeiras, podem acabar por reduzir a arrecadação com o remanejamento de ativos para investimentos de menor tributação.

Leia a nota técnica na íntegra:

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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