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A desvalorização do peso deixa o brasileiro “mais rico” na Argentina?

Grupo Travelex Confidence analisa o impacto da depreciação da moeda estrangeira para os turistas nacionais

Nos últimos anos, as oscilações nas taxas de câmbio entre diversas moedas têm representado desafios e, simultaneamente, criado oportunidades para o mercado financeiro. Uma das mudanças mais notáveis ocorre na relação entre o real brasileiro (BRL) e o peso argentino (ARS).

Com a contínua desvalorização da moeda argentina em relação ao real, surge a pergunta: os brasileiros estão em melhor condição financeira ao viajar para a Argentina? O Grupo Travelex Confidence, maior especialista em câmbio do mundo, formado pela corretora Travelex Confidence e pelo Travelex Bank, analisa essa questão.

O Big Mac como indicador de desvalorização

A revista britânica The Economist criou, em 1986, um parâmetro para entender o poder de compra e flutuações nas taxas de câmbio usando o preço do Big Mac em dólares como referência. Segundo o estudo, uma vez que os ingredientes e o modo de preparo são os mesmos em todo o mundo, o preço do produto pode ser utilizado para medir o valor das moedas estrangeiras e servir como um ponto de partida para uma análise de poder de compra.

Em junho de 2023, na Argentina, o Big Mac custava ARS 1.650, equivalente a US$5,99, enquanto nos EUA, custava US$5,59. A disparidade sugere que o peso argentino está 7,4% acima de seu valor “justo” em relação ao dólar. Já em comparação com o caso brasileiro, o real está 13,7% abaixo da taxa de câmbio esperada, custando US$ 4,81.

Quando o real é mais forte em comparação ao peso argentino, produtos, serviços e ativos na Argentina podem parecer mais acessíveis para os brasileiros. No entanto, embora isso crie uma ilusão de maior poder de compra para os turistas nacionais, é crucial considerar a influência da inflação sobre o valor real.

É o que explica Marcos Weigt, head da tesouraria do Travelex Bank: “É muito comum que as pessoas vejam o valor nominal de uma determinada moeda em relação a outra moeda e entendam que, ter uma quantidade grande desta moeda, aumenta o poder de compra, mas nem sempre isso acontece. Isso fica evidente com o Peso Argentino, em que um Big Mac custa ARS 1.650”.

Considerações para viajantes e investidores

A desvalorização do peso argentino pode influenciar o planejamento de turistas brasileiros que pretendem viajar e fazer compras na Argentina. Itens como roupas, eletrônicos e produtos locais podem parecer mais acessíveis, mas é essencial pesquisar e comparar preços entre os dois países.

O mesmo ocorre em relação a investimentos e bens imóveis. Alguns brasileiros podem considerar investir em ativos na Argentina aproveitando as taxas de câmbio favoráveis. No entanto, aplicar dinheiro em outro país, especialmente com instabilidades políticas e eleições iminentes, envolve riscos que demandam uma análise cuidadosa.

É importante observar que as taxas de câmbio são voláteis e sujeitas a mudanças rápidas. O que parece uma oportunidade favorável hoje pode se tornar menos atraente em um curto espaço de tempo. “A aparente vantagem de uma moeda sobre a outra pode ser neutralizada pelos efeitos da inflação, impactando a experiência financeira dos viajantes e investidores. Recomendamos uma análise cuidadosa das condições econômicas e uma abordagem ponderada ao considerar transações em moeda estrangeira, seja para viagens ou investimentos”, finaliza Weigt.

Mirian Gasparin
Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 49 anos na área de jornalismo, sendo 47 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.
https://www.miriangasparin.com.br

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