Ambiente macroeconômico positivo favorece retomada do setor produtivo em 2024

Ambiente macroeconômico positivo favorece retomada do setor produtivo em 2024

Juros em queda, inflação dentro da meta e política de créditos impulsionam neoindustrialização no país

A recuperação e a estabilidade do cenário macroeconômico e fiscal brasileiro, ilustradas pela melhora continuada de indicadores como inflação e taxa de juros, podem impactar positivamente o desenvolvimento do setor produtivo brasileiro ainda em 2024, com o auxílio da Nova Indústria Brasil. A expectativa de retomada do segmento produtivo, este ano, encontra respaldo em projeções do PIB anunciadas esta semana e no reaquecimento do setor automotivo no primeiro bimestre de 2024.

A perspectiva converge com dados anunciados pelo Ministério da Fazenda na última quinta-feira, 21/03, que projetam o crescimento do PIB da indústria em 2,5% e do PIB de serviços, em 2,4%. “Investimento e crescimento só acontecem se a gente tiver um ambiente macroeconômico que viabilize isso: juros, câmbio e crédito. Os juros são decisivos para você ter qualquer alavancagem na indústria. E o câmbio, que hoje está em um patamar bom, favorece as exportações”, analisou o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli.

“Temos um cenário macroeconômico excepcional, com um governo atuando firmemente para retomar a política industrial e para neoindustrializar o Brasil, inclusive, com políticas fortes de atração de empresas e de créditos para inovação, com taxa diferenciada, e do Fundo Clima, que prioriza a transição energética”, pontuou Cappelli.

O momento oportuno conta com importante volume de recursos destinado pela NIB ao segmento produtivo nacional. Na última semana, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou que, dos R$ 300 bilhões que integram o Plano Mais Produção, da NIB, R$ 90 bilhões já foram aprovados pelo banco para a indústria brasileira desde 2023.

Previsibilidade

A depender do desempenho das montadoras no primeiro bimestre deste ano, as previsões parecem se confirmar. Segundo a Anfavea, fevereiro superou janeiro nos três principais indicadores da indústria automobilística brasileira: produção, vendas e exportações. A produção de 189,7 mil autoveículos também superou em 24,3% o volume de janeiro de 2023 e em 17,4%, o de fevereiro do ano passado.

O desempenho no bimestre acumula, assim, alta de 8,9% sobre o ano anterior. “Após as medidas anunciadas pelo poder público, que proporcionam previsibilidade às empresas, o volume de investimentos anunciados vem batendo seguidos recordes para o setor automotivo, com grande possibilidade de novos anúncios nos próximos meses”, disse o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, em comunicado da Associação.

Pelo segundo mês consecutivo a Anfavea comemorou os anúncios de investimento de suas associadas, que já configuram um recorde histórico: são mais de R$ 117 bilhões informados pelas montadoras até 2028, sem contar os do setor de autopeças. Os anúncios projetam o aumento da frota nacional de veículos elétricos e híbridos.

Inovação

A implementação da NIB oferece um cenário favorável não apenas para o crescimento da economia, mas também para a adesão do segmento produtivo a novas soluções. É o caso do investimento em inovação, círculo virtuoso prejudicado pela insegurança de períodos anteriores.

Segundo a Pesquisa de Inovação Semestral 2022 do IBGE (Pintec Semestral), divulgada na quarta-feira, 20/03, em parceria com a ABDI e a UFRJ, 47,9% das empresas entrevistadas encontraram obstáculos para inovar naquele ano. A instabilidade econômica do período foi apontada como o principal entrave (45,6%), seguida pelo acirramento da concorrência (43,5%) e pela capacidade limitada de recursos internos (41,3%).

Encomendas tecnológicas

Se o esperado aquecimento do mercado de inovação também trará benefícios a startups, o reforço da ABDI às ações da NIB em favor das compras públicas de inovação poderá incentivar ainda mais a produção de novas soluções tecnológicas.

Atuante por meio do Hubtec, primeiro escritório de encomendas tecnológicas do Brasil, a ABDI promove orientação e consultoria ao gestor público interessado em adquirir inovação recorrendo a tipos especiais de compras públicas que dispensam licitação. Com elas, busca-se o desenvolvimento de soluções que ainda não estão disponíveis no mercado e para as quais é necessário realizar um esforço formal de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). “É um processo importantíssimo. É a possibilidade de o Estado investir capital de risco, fundo perdido, como todos os países do mundo fazem para o desenvolvimento da indústria e, dentro das margens de erro e acerto, possibilitar o surgimento de novos produtos que essas empresas vão comprar diretamente”, explica Cappelli.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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