Com o primeiro trimestre positivo, confiança da indústria segue avançando

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE subiu 0,3 ponto em abril, para 96,8 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 0,2 ponto, para 96,9 pontos.
“Após um primeiro trimestre positivo, a confiança da indústria segue avançando, mas com sinais distintos entre indicadores de situação atual e sobre o futuro dos negócios. Apesar da melhora gradual da demanda presente, os empresários observam o nível de estoques aumentar novamente”, destaca Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
Segundo ele, há uma perspectiva positiva relacionada ao ambiente de negócios no segundo semestre e também sobre contratações nos próximos meses, embora as expectativas sejam de receio quanto à produção. Além do cenário macroeconômico de queda na taxa de juros, controle da inflação e melhora nos indicadores de trabalho e renda, o avanço da nova política industrial e da reforma tributária podem ser fatores chaves para confirmar esse otimismo para os próximos meses entre os segmentos,” comenta.
Em abril, houve alta da confiança em 8 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela Sondagem. O resultado reflete piora nas avaliações sobre a situação atual e melhora nas expectativas em relação aos próximos meses. O Índice Situação Atual (ISA) caiu 0,6 ponto, para 96,0 pontos. O Índice de Expectativas (IE) avançou 1,4 ponto, para 97,8 pontos, maior patamar desde setembro de 2022 (97,9 pontos).
Entre os quesitos integrantes do ISA, o que mais influenciou a queda no mês foi o que mede o nível de estoques , ao piorar 3,0 pontos no mês, para 105,3 pontos. Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável). No mesmo sentido, o indicador que mede a situação atual dos negócios caiu 0,7 ponto, para 97,8 pontos. No sentido contrário, o nível de demanda avançou 1,8 ponto, para 95,7 pontos, melhor resultado desde outubro de 2022 (96,9 pontos).
Em relação às expectativas, houve piora das perspectivas sobre à produção e melhora na tendência dos negócios nos próximos seis meses e no ímpeto de contratações. A tendência dos negócios nos seis meses seguintes avançou 3,0 pontos para 98,0, acumulando alta de 10,1 pontos desde agosto de 2023. O indicador que mensura o ímpeto sobre as contratações avançou 2,4 pontos, para 102,0 pontos maior patamar desde setembro de 2022 (104,0 pontos). O indicador que mede a produção nos três meses seguintes caiu 1,4 pontos, para 93,4 pontos, terceira queda consecutiva.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI) subiu 1,1 ponto percentual em abril, para 82,4%.
Crédito da foto: Gilson Abreu/AEN