Brasileiro mantém otimismo e acredita que o país e sua vida pessoal vão melhorar em 2024

Brasileiro mantém otimismo e acredita que o país e sua vida pessoal vão melhorar em 2024

Inflação continua sendo a maior preocupação

A maioria dos brasileiros permanece com olhar positivo para a situação do país e de sua vida pessoal, mantendo as expectativas favoráveis registradas no início do ano. A segunda edição da pesquisa RADAR FEBRABAN, feita no segundo bimestre de 2024, mostra que continua sendo maioria (56%) o percentual da população que tem esperança de que o país vai melhorar em 2024. O dado sinaliza que esse sentimento permanece estável e acima dos 53% verificados em fevereiro de 2023.

Da mesma forma, permanece em patamar elevado (70%) o percentual de brasileiros que esperam que sua vida pessoal e familiar irá melhorar até o final de 2024. Esse percentual é ainda maior entre os jovens de 18 a 24 anos (83%) e os nordestinos (77%). Esses números estão próximos do recorde histórico (75%) de otimismo registrado na pesquisa anterior.

Realizada entre os dias 17 e 22 de abril, com 2 mil pessoas nas cinco regiões do País, pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), esta edição do RADAR FEBRABAN mapeia a percepção e expectativa da sociedade sobre a vidaaspectos da economiagestão do governo federal e prioridades para o país.

Além disso, mensura como a população percebe o endividamento, o uso do PIX, o Programa Desenrola, o Celular Seguro, Saque Aniversário do INSS e o Crédito Consignado A pesquisa também apura as opiniões de cada uma das cinco regiões brasileiras.

A inflação continua sendo preocupação dos brasileiros em 2024. Sete em cada dez (70%) brasileiros avaliam que os preços dos produtos aumentaram ou aumentaram muito em comparação com os últimos seis meses. Essa percepção está em elevação, mas permanece ainda abaixo do sentimento de dezembro de 2022, que chegou a 79%.

Também se mantém estável, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, a percepção de que a situação no Brasil está melhor agora que estava em 2023. 46% dos brasileiros se mantêm otimistas, sendo que, em fevereiro, esse índice era de 48%. Já o nível de pessimismo variou de 22% para 23%, assim como a parcela que considera a situação atual igual à de 2023, que passou de 29% para 30%.

“Nos primeiros meses do ano o humor e as expectativas dos brasileiros pouco se alteraram, mas registraram leve sinalização para baixo. Esse resultado é natural e reflete o sentimento de que os preços de algumas categorias de produtos e de serviços continuam impactando no seu bolso, o que, uma vez revertido e mantida a evolução do quadro econômico, deve resgatar o padrão de otimismo anterior”, aponta o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE.

Seguem mais resultados do levantamento:

INFLAÇÃO
Os cinco itens que mais impactaram a inflação são os seguintes:

  • Preço dos alimentos e outros produtos de abastecimento doméstico, citado por 73% dos entrevistados;
  • O custo com os serviços de saúde privada e remédios com 33% das citações;
  • Preços dos combustíveis (27%);
  • Juros do cartão de crédito e dos financiamentos e empréstimos teve 13% das menções;
  • Serviços de educação (7%).

PROJEÇÕES

  • Impostos: 57% acreditam que haverá aumento;
  • Taxa de juros: 48% acreditam que vai aumentar;
  • Inflação e custo de vida: 57% apostam em aumento;
  • Endividamento das pessoas e famílias: 56% acreditam em aumento das dívidas;
  • Acesso ao crédito das pessoas e empresas: para 37% dos brasileiros, haverá aumento do acesso;
  • Poder de compra das pessoas: 33% dos brasileiros confiavam no aumento do poder de compra;
  • Desemprego: a falta de vagas no mercado de trabalho deve aumentar, na opinião de 37% dos entrevistados;
  • Salários: 52% dos entrevistados afirmam não acreditar em aumento ou redução salarial.

PRIORIDADES DA POPULAÇÃO

  • Saúde retoma o primeiro lugar (32%) como área prioritária para ações do Governo, na visão dos brasileiros;
  • Emprego e renda, inquietação central de 28% dos brasileiros;
  • Educação: 10% no ranking de prioridade;
  • Inflação e custo de vida também cravaram 10%;
  • Segurança permanece na quinta colocação, com 7% das citações;
  • Fome e pobreza com 5% das menções.

DESEJOS DA POPULAÇÃO

Mais da metade dos brasileiros (52%) investiria em moradia (comprar: 31%; reformar:21%) caso tivesse recursos para isso. Em seguida, se houvesse sobras no orçamento, 47% aplicariam o dinheiro no banco (poupança: 21%; outros: 26%)Investimentos em educação pessoal ou da família vêm na sequência, com 17%.

  • vontade de viajar manteve-se em 13%;
  • desejo de comprar carro:  9%;
  • Fazer ou melhorar o plano de saúde9%,
  • Comprar eletrodomésticos e/ou eletrônicos6% das menções;
  • Comprar moto: 3%;
  • Fazer seguro de carro, casa, vida e/ou outros2%.

ENDIVIDAMENTO

A edição de abril mostra que é menor em relação a fevereiro (de 43% para 40%) a parcela de pessoas que acreditam que estarão menos endividadas esse ano do que estavam em 2023. Uma segunda parcela (36%) não vê perspectiva de alteração no endividamento, seja para mais ou para menos. Em fevereiro, eram 34%. Por outro lado, o número dos que apostam que estarão mais endividados no final do ano que no mesmo período do ano passado mantém relativa estabilidade, oscilando 1 ponto para cima (de 20% para 21%).

Cerca de um terço (31%) dos brasileiros declara já ter aderido ou ter pretensão de aderir a algum programa de refinanciamento de dívidas, contra 63% que não o fizeram.

Quase um quinto (17%) tem a pretensão de fazer empréstimos nos próximos meses. A maciça maioria (80%) não expressa esse interesse.

CELULAR SEGURO

O programa tem elevada avaliação positiva, sendo conhecido por mais da metade da população (58%) e avaliado como ótimo ou bom por 73%.

PIX

A aprovação do PIX pelos brasileiros já é praticamente uma unanimidade. Em abril de 2023, essa forma de pagamento contava com a aprovação de 89% da população; em abril deste ano, 95% têm opinião favorável.

Há um ano, 77% da população declarava utilizar o sistema, enquanto no momento são 92%, o que representa um avanço de 15 pontos percentuais. Atualmente, apenas 8% dos brasileiros dizem não ter adotado o PIX, enquanto em abril de 2023 eram 22%.

SAQUE ANIVERSÁRIO DO FGTS

Em funcionamento desde 2020, o saque-aniversário do FGTS já se tornou um velho conhecido dos brasileiros: 88% dos entrevistados afirmam conhecer esse instrumento, que permite ao trabalhador retirar todo ano uma determinada parcela do seu Fundo de Garantia. Apenas 12% das pessoas consultadas disseram não ter ciência do assunto.
Quando questionados se já fizeram uso do Saque-Aniversário do FGTS, 27% dos entrevistados responderam positivamente. Outros 11% declararam que ainda não lançaram mão do benefício, mas que pretendem fazê-lo. Uma fatia de 25% da população, porém, assegura que não pretende usufruir do Saque-Aniversário. Outros 34% dos consultados disseram não possuir FGTS.
Na opinião de 63% dos entrevistados, o saque-aniversário do FGTS é ótimo ou bom para o trabalhador brasileiro.
Sobre a possibilidade de extinção do Saque-Aniversário do FGTS e o retorno para o regime anterior onde o saque do FGTS só é permitido em situações específicas, como demissão, compra de casa própria e doenças graves, entre outras, os brasileiros mostram-se divididos: 45% são a favor, e 45% são contrários.
 

CRÉDITO CONSIGNADO

Atualmente, no Brasil, 52% da população considera o Crédito Consignado como uma alternativa ótima ou boa e 88% conhecem a existência do recurso. Quando questionados se já tiveram necessidade de buscar algum tipo de crédito ou empréstimo, 58% dos entrevistados no presente levantamento declararam que sim, enquanto outros 40% disseram não ter recorrido a esse recurso.
Cerca de um quarto (24%) dos brasileiros declararam que pretendem recorrer ao crédito ou empréstimo nos próximos seis meses e 71% não pretendem.
Ao menos 22% dos brasileiros já fizeram uso do crédito consignado (número que chega a 32% na faixa de 60 anos e mais); enquanto outros 15% não utilizaram, mas pretendem fazê-lo.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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