Investir em fundos imobiliários: primeiro passo para quem quer diversificar a carteira de forma simplificada

Investir em fundos imobiliários: primeiro passo para quem quer diversificar a carteira de forma simplificada

Ao aplicar em um FII, o investidor se torna proprietário de uma fração do patrimônio do fundo

O mercado de investimentos no País cresceu, se tornando mais sofisticado nas últimas décadas (ampliando as possibilidades e veículos de investimento), muita gente permanece aplicada em produtos considerados pouco atrativos. A última edição da pesquisa Raio X do Investidor, da Anbima, por exemplo (relativa a 2023) mostra que o investimento mais utilizado pela população ainda é a Caderneta de Poupança – de acordo com o documento, entre a “população investidora” 68% optam por esse tipo de aplicação, número muito acima do segundo colocado, os títulos privados, com 13%.

O rendimento da caderneta de poupança costuma ficar bem aquém de outros índices. Para exemplificar, quando em 2012 o rendimento da poupança se aproximou do CDI (referência de mercado que acompanha a taxa básica de juros), o governo mudou a regulamentação para reduzir seu rendimento. Enquanto a Caderneta acumula um ganho acumulado de 7,2% ao ano em 12 meses terminados em julho, no CDI, a variação é de 11,5%. Para aqueles que ainda não estão habituados com o mercado, mas que buscam diversificar os investimentos com um produto de fácil entendimento, uma opção podem ser os fundos imobiliários (FIIs).

Fundo X aluguel 

O fundo reúne recursos de diversos investidores para aplicar em empreendimentos imobiliários, como shoppings, prédios de escritórios e armazéns logísticos.  Ao aplicar em um FII, o cotista (investidor) se torna proprietário de uma fração do patrimônio desse fundo, recebendo rendimentos proporcionais ao seu investimento, geralmente provenientes de aluguéis – justamente como se fosse o proprietário de um imóvel de aluguel, só que com uma série de benefícios.

Assim como na compra de um imóvel para alugar, os investidores de FIIs recebem uma renda passiva, com algumas diferenças. Primeiramente, no lugar de concentrar seu investimento em um único imóvel, o cotista tem acesso a uma carteira diversificada de propriedades. Além disso, os FIIs oferecem maior liquidez (facilidade de compra e venda) e menos burocracia, já que as cotas podem ser compradas e vendidas na hora, no home broker da corretora (aplicativo que conecta o investidor à Bolsa de Valores, onde o fundo é negociado), enquanto a compra de um imóvel é um processo demorado e, muitas vezes, complexo.

Vantagem tributária

Há, ainda, uma vantagem tributária: enquanto os rendimentos de um aluguel são tributados em até 27,5%, no caso dos FIIs não há a incidência desse imposto, fator que, na prática, torna os fundos imobiliários ainda mais atrativos.

Há a facilidade de o investidor poder aplicar nos FIIs (obtendo, assim, uma parcela desses imóveis) com valores reduzidos na comparação com a compra de um imóvel, em si.

“Os Fundos Imobiliários permitem que o investidor, mesmo com valores relativamente modestos, tenha acesso a uma fração de empreendimentos de alto padrão, como shoppings, edifícios comerciais e hospitais; em alguns casos, é possível começar a investir com cerca de R$ 100″ explica Daniel Alouan, gestor do fundo Zavit Real Estate Fund – código ZAVI11.

 

Gestão profissional

Alouan ressalta que, na comparação com a compra de um imóvel para locação, os fundos imobiliários oferecem a vantagem de uma gestão profissional dedicada, poupando o investidor/proprietário do trabalho de visitar o imóvel e resolver questões do dia a dia ligadas, por exemplo, a conservação e pequenos reparos nesse imóvel.

Outro ponto de destaque é a proteção contra a inflação. “Os aluguéis dos imóveis assim como o valor dele tendem a acompanhar a inflação, o que ajuda a proteger o poder de compra do investidor ao longo do tempo”, reforça o gestor da Zavit Capital. “Como a gestão de um FII é profissionalizada e conta com uma equipe especializada, essa negociação do reajuste tende a ser mais favorável.

 

Quanto rende

Os fundos imobiliários têm a obrigação de distribuir 95% dos rendimentos para o cotista. Isso significa que, diferente de ações, onde o ganho costuma ser concentrado na valorização do papel, o fundo imobiliário costuma distribuir grande parte do seu resultado para o cotista. O IFIX, índice dos fundos imobiliários, está com um rendimento mensal (dividend yield) de aproximadamente XXX% ao ano. Esse valor é creditado mensalmente livre de Imposto de Renda, como já mencionamos. No caso do fundo ZAVI11 (gerido pela Zavit), o rendimento, considerando um valor de cota de R$ 115, é 12,41% em 12 meses.

O fundo possui um total de nove imóveis, espalhados opor cinco Estados brasileiros (ilustração abaixo), entre galpões logísticos e industriais, imóveis de renda urbana e lajes corporativas – prédio de escritórios, em geral com contratos atípicos (acima de 10 anos), o que garante uma segurança ainda maior para o investidor.

Alouan, no entanto, destaca que, para aqueles que estão começando, é importante entender os riscos envolvidos e buscar informações. “Assim como em qualquer investimento, é essencial entender a dinâmica do produto e ter em mente, sempre, a importância da diversificação. Recomendo que os investidores consultem especialistas para escolher os FIIs que melhor se adequam ao seu perfil e objetivos”.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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