121 produtores rurais que atuam como PJ solicitaram Recuperação Judicial

121 produtores rurais que atuam como PJ solicitaram Recuperação Judicial

Segundo a Serasa, o aumento foi de 40,6%

Dados exclusivos da Serasa Experian revelam o cenário de recuperação judicial no agronegócio durante o segundo trimestre de 2024. De acordo com a companhia, os produtores rurais que atuam com Perfil Jurídico (PJ) realizaram 121 pedidos no período de análise, o que representa um aumento de 40,6% em comparação com os primeiros três meses do ano. Confira no gráfico a seguir a movimentação do índice desde 2023:

De acordo com o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, é preciso lembrar que o agro é cíclico – passando por momentos de expansão e retração. “O que está acontecendo agora é o reflexo de uma combinação de eventos diversos que causaram perdas e desafios significativos no campo. O aumento dos juros, o preço ameno das commodities e os custos mais altos para a produção, impactaram de forma negativa aqueles que já estavam comprometidos financeiramente. Ou seja, para algumas commodities e municípios específicos têm sido complexo equilibrar a contas, mas não é algo generalizado no setor”.

A análise por Unidade Federativa (UF) registrou destaque para Minas Gerais, que acumulou o maior número de pedidos de recuperação judicial no segundo trimestre do ano, somando 31. Mato Grosso ficou em segundo lugar, com 28 requisições, seguido por Goiás, com 15. Veja no gráfico abaixo o TOP 10 regiões que buscaram pelo recurso:

Ainda em relação aos produtores rurais brasileiros que atuam como Pessoa Jurídica (PJ), os dados inéditos da Serasa Experian identificaram quais as segmentações mais demandantes do setor. No TOP 5, o Cultivo de Soja, a Criação de Bovinos e o Plantio de Cereais lideraram o ranking, com 53, 25 e 23 pedidos, respectivamente. Em sequência estava o Cultivo de Café, com 7 solicitações e a Horticultura, com 3.

Cenário das empresas relacionadas ao agronegócio registrou 94 requerimentos

Outro recorte do levantamento feito pela Serasa Experian revelou que, além dos produtores rurais, as empresas que atuam com atividades diretamente ligadas ao agronegócio também demandaram por recuperação judicial. Durante o 2º trimestre de 2024, foram registrados 94 pedidos. Um aumento de 22% comparado aos três primeiros meses do ano.

Confira no gráfico a seguir a movimentação dos dados na íntegra:

A divisão por Unidades Federativas (UF) mostrou que as empresas dos Estados de Goiás e São Paulo foram as que tiveram o maior número de solicitações, ambas com 16. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina também tiveram destaque. Veja no gráfico o TOP 10 regiões:

Analisando os setores das empresas demandantes foi possível identificar que as Agroindústrias de Transformação Primária foram as que mais necessitaram do recurso durante o segundo trimestre deste ano, marcando 34 solicitações. Completando o TOP 5 segmentos: Serviços de apoio à agropecuária (16), Indústria de processamento de agroderivados (13), Comércio atacadista de produtos agro primários (12), comércio atacadista de produtos agro processados (9).

Previsão de instabilidade financeira poderia reduzir exposição à recuperação judicial

A atuação do Agro Score – solução da Serasa Experian que entrega análises específicas para o setor – pode prever riscos de inadimplência dos produtores rurais e empresas ligadas ao agronegócio. Essa identificação acontece pois o monitoramento de dados da ferramenta consegue registrar, com vários meses de antecedência, os perfis financeiros que já apresentavam sinais de instabilidade. Ou seja, é uma análise que mitiga os riscos da concessão de crédito.

A aplicação dessa tecnologia mostrou, por exemplo, que o Agro Score médio dos produtores e empresas relacionadas ao agro eram significativamente maiores do que o daqueles que solicitaram recuperação judicial, mesmo três anos antes do pedido. Além disso, em relação às companhias do setor, é possível observar que a queda na pontuação vai continuamente se acentuando ao longo do tempo.

Assim, é possível comprovar que o uso de modelos preditivos viabiliza a identificação de perfis propensos à recuperação judicial e possibilita aos credores decisões mais seguras. “Utilizar análises mais criteriosas para conceder crédito protege o mercado de realizar financiamentos com perfis economicamente instáveis, diminuindo riscos e fomentando a regulamentação da saúde financeira no setor”, finaliza Marcelo Pimenta.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *