Como identificar e não cair na armadilha de comprar um imóvel de valor superestimado

Como identificar e não cair na armadilha de comprar um imóvel de valor superestimado

Estudo mostra que 46% dos imóveis à venda estão com valores acima da média

O Brasil registrou um crescimento de 32,6% na venda de imóveis residenciais em 2023 segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O crescimento, segundo a pesquisa, foi impulsionado não só por programas como Minha Casa Minha Vida, mas também pelo segmento de médio e alto padrão e mostram que o mercado imobiliário como um todo está em alta. Mas, na hora de vender, como o proprietário irá definir o valor do seu imóvel, com a certeza de estar fazendo um bom negócio? E o comprador, como pode identificar se determinado imóvel está com o preço correto ou acima do valor de mercado?

“Hoje existe sim uma prática de supervalorização de alguns imóveis, e muito disso acontece em virtude de as pessoas buscarem alguma vantagem na hora da negociação final. Mas na prática, o que a gente vê são muitos imóveis com valores acima da média, que acabam ficando por muito tempo parados no mercado”, conta Rafael Camargo, proprietário da 7 Imóveis, imobiliária especializada em imóveis de alto padrão.

E essa realidade foi mostrada por um estudo realizado pela plataforma Quinto Andar, que identificou que cerca de 46% dos imóveis disponíveis à venda no último ano estavam com um valor acima do proposto na hora da avaliação. “É muito comum que os proprietários, na hora de determinar o preço do seu imóvel, levem em conta a história, o lado emocional, e por isso acabam superestimando valores. O que a gente percebe também é que a maioria dos imóveis só é vendido após um ajuste no valor para a realidade do mercado, ou seja, é preciso que o vendedor esteja sempre preparado para negociar, ouvir a opinião de especialistas do mercado e até mesmo aceitar contrapropostas”, diz Camargo.

Para não cometer esse erro e ficar com o imóvel “encalhado”, segundo o especialista, é preciso, antes de tudo, contar com uma boa e correta avaliação do imóvel. “Buscar a ajuda de uma imobiliária com experiência, tradição e representatividade, volume de negócios e uma boa carteira de imóveis, que tenha em seu time profissionais especialistas em avaliação. Entendemos que o momento da compra ou de venda é um momento de expectativa e ansiedade, mas que também precisa ser muito bem planejado de ambos os lados, a começar por uma boa precificação, para quem está vendendo e de muita pesquisa e análise, por parte de quem está comprando”, alerta Rafael.

Segundo ele, para oferecer aos clientes uma informação correta e assertiva com relação ao valor do imóvel, é necessário ter uma equipe de corretores de imóveis qualificada, que tenha experiência em avaliações, uma boa base de imóveis comparativos e histórico de vendas e negociações, que garantam, tanto para quem vende, como para quem compra, uma negociação segura.

Outro ponto importante, segundo Camargo, é a negociação. “Muitos fatores podem influenciar na negociação, por isso, é preciso respirar e ter calma nesta hora. Muitos proprietários tendem a não querer negociação de imediato, por isso, é preciso considerar fazer uma oferta e, caso haja negativa, acompanhar o imóvel para ver se há alguma oscilação de valores com o tempo. É muito comum que alguns imóveis permaneçam um bom tempo disponíveis com o mesmo valor, e a demora acaba sendo fator determinante na negociação, alerta ele.

Isso porque um imóvel parado pode acarretar muitos custos para o proprietário, como impostos e taxas. “Além disso, um imóvel parado pode se deteriorar com a falta de uso da estrutura. Por isso, a dica maior é paciência, sobretudo se o comprador gostou muito do imóvel. Se a negociação não avançar de primeira, e não há urgência na compra, vale a pena esperar alguns meses para fazer uma nova proposta. Além disso, é preciso ter em mente que existem muitas oportunidades no mercado, e se uma não der certo, outras com certeza poderão se adaptar”, finaliza ele.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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