Dólar perde força e fecha a R$ 5,67. Bolsa cai 0,24%
Moeda norte-americana chegou a ser negociada a R$ 5,90
O dólar comercial chegou a subir quase 2% em relação ao real na abertura dos negócios desta quarta-feira (6) e bateu os R$ 5,86, em meio às primeiras reações à vitória de Donald Trump. Entretanto, a moeda norte-americana no câmbio comercial perdeu força ao longo do dia e fechou com baixa de 1,26%, na casa de R$ 5,67. O dólar turismo foi vendido no final da tarde a R$ 5,90, depois de ser negociado a R$ 6,03 nas primeiras horas do dia.
A Bolsa de Valores fechou em queda. O Ibovespa caiu nesta quarta-feira (6), mas distante da mínima do dia, quando recuou abaixo de 129 mil pontos. O Ibovespa teve baixa de 0,24%, a 130.340,92 pontos, tendo atingido 128.822,16 pontos na mínima e 130.669,69 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou R$ 24,2 bilhões.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, contribuiu para a desaceleração ao longo do dia, ao afirmar em Brasília que a rodada de reuniões entre ministros para tratar das medidas fiscais está concluída, o que também amenizou a alta dos juros futuros.
O movimento de alta do dólar pela manhã refletiu a percepção de que as políticas de Trump serão inflacionárias, entre elas a alta de tarifas de importação, o bloqueio a imigrantes e a redução de impostos, o que exigirá juros mais elevados nos EUA.
Segundo os analistas do mercado financeiro, cortes de juros menos acentuados nos Estados Unidos acabam fortalecendo o dólar ante o real em meio ao enfraquecimento do movimento de carry trade (em que o investidor toma dinheiro emprestado barato em moeda forte e depois investe em outra com rendimentos mais elevados).
Outro ponto marcante desta quarta-feira foi a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), que elevou a Selic, de 10,75% ao ano para 11,25%, ,ou seja, alta de 0,5 ponto percentual. A Selic neste patamar mantém o Brasil com rendimento ainda visto como atrativo apesar dos juros mais altos nos Estados Unidos.
Analistas consultados pela Reuters afirmaram que a vitória de Trump eleva a necessidade de o governo anunciar medidas convincentes de cortes de gastos o quanto antes, caso contrário câmbio e juros seguirão pressionados.