Dólar cai e se reaproxima de R$ 6,00

Moeda norte-americana desvaloriza 2,5% na primeira quinzena de janeiro
O dólar comercial encerrou a quarta-feira (15) com baixa de 0,76% em relação ao real, com investidores assimilando a divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos que mostraram que a alta do núcleo dos preços na base anual se aproximou ainda mais da meta de 2% do Federal Reserve (Fed).
No fechamento o dólar foi cotado a R$ 6,01, a menor cotação desde 12 de dezembro de 2024. Na primeira quinzena de janeiro, a moeda norte-americana acumula queda de 2,5%.
Com o dólar se reaproximando dos R$ 6,00, alguns agentes aproveitaram a cotação mais baixa para comprar moeda, o que reconduziu a divisa para perto da estabilidade no início da tarde. O CPI, no entanto, continuou influenciando os negócios e o dólar voltou a ceder antes do fechamento.
Bolsa
No mercado acionário, o dia foi positivo para as bolsas no Brasil, acompanhando o movimento de alta em boa parte dos mercados globais. O índice Bovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (15) com alta de 2,84% aos 122.687 pontos. Na primeira quinzena do mês, o Ibovespa valorizou 1,99%
Dois fatores contribuíram para esse desempenho: primeiro, a notícia de que a equipe econômica de Trump não pretende implementar um aumento abrupto nas tarifas assim que o novo governo assumir, mas sim adotar um modelo gradual, mês a mês, entre 2% e 5%. Segundo, os novos dados de empréstimos na China, que surpreenderam positivamente, indicando uma economia mais forte do que o esperado em dezembro.
“Embora esse indicador não seja amplamente monitorado no Brasil, na China ele é fundamental para prever os rumos da economia, sendo considerado um indicador antecedente. Esses fatores também ajudaram a enfraquecer o dólar, com dados de preços ao produtor abaixo do esperado nos Estados Unidos intensificando o movimento”, explica Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
O mercado brasileiro acompanhou o otimismo externo, com a curva de juros apresentando um comportamento mais estável desde o início do ano, diferentemente da pressão observada no final do ano passado.
“Com uma perspectiva fiscal mais favorável — ainda que apoiada por algumas receitas extraordinárias — o mercado começa a se ajustar a um cenário que não demanda altas tão agressivas na taxa de juros”, destaca Gustavo Cruz.