Dólar valoriza 0,42% e começa semana cotado a R$ 5,7546

Bolsa fecha com baixa de 1,37%
O dólar encerrou em alta após acelerar durante o pregão desta segunda-feira (24). Em um dia com poucos indicadores econômicos na agenda, o mercado entra em compasso de espera pela divulgação de dados locais e dos EUA.
O dólar comercial foi cotado no fechamento a R$ 5,7546, com valorização de de 0,42% em relação ao real. Apesar da alta, este ano,a moeda norte-americana acumula queda de 6,87%.
O Ibovespa fechou com queda de 1,36%, aos 125.389,97 pontos.
No âmbito doméstico, houve uma nova revisão da expectativa de inflação no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, com a mediana subindo de 5,60% para 5,65%, sinalizando uma tendência que pode exigir mais esforços do Banco Central brasileiro para convergir as expectativas este ano. A divulgação do IPCA-15 de fevereiro nesta terça-feira será de grande importância para o panorama da inflação este ano, especialmente após mais uma revisão de alta nas projeções do Focus.
Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a proximidade do feriado de Carnaval e a retomada dos trabalhos no Congresso após o feriado são eventos aguardados pelos participantes do mercado para a continuidade da discussão sobre o ajuste fiscal. “Pode-se dizer que o real se beneficiou da ausência de uma agenda política relevante nos primeiros dois meses do ano, já que a falta de ruídos na discussão fiscal favoreceu o câmbio, que acumula queda de 7% no ano. Contudo, a agenda política será determinante após o recesso do Congresso, especialmente para que os ativos brasileiros, como o dólar, sigam em uma tendência favorável”, explica Shahini.
A semana também é marcada por indicadores importantes nos EUA, com a divulgação do PIB e do PCE – a medida de inflação “preferida” do FED. Na avaliação do especialista em investimentos da Nomad, esses indicadores serão importantes para avaliar os próximos passos do FED em relação às taxas de juros. Vale ressaltar que são esperados dois cortes de juros este ano pelo FED, sendo a aposta majoritária na reunião de junho. No entanto, diversos dirigentes do FED já mostraram preocupação com o “balanço de riscos” à frente decorrentes das políticas que podem ser implementadas pela administração Trump. Uma política monetária mais restritiva por parte do FED poderia dar força à divisa americana em relação às moedas globais, com destaque para o real, que está na dependência do desenrolar político em Brasília.