Controle da riqueza global pelos Millennials irá revolucionar o mercado de investimentos

Controle da riqueza global pelos Millennials irá revolucionar o mercado de investimentos

Relatório estima que as gerações mais jovens herdarão cerca de US$ 84 trilhões dos baby boomers até 2045

O cenário dos negócios está passando por uma virada de chave que vai mudar a forma como as pessoas investem, vivem e consomem. Dados do estudo Navigating the Future of Wealth 2024, elaborado e divulgado recentemente pela Multipolitan, plataforma de migração global de investidores que acaba de ingressar no mercado brasileiro, demonstra que impressionantes US$ 84 trilhões serão repassados globalmente dos chamados Baby Boomers para os Millennials e a Geração X até 2045. Esta é a maior transferência de riqueza da história, com implicações potencialmente profundas para estratégias de gestão de patrimônio e dinâmicas econômicas mais amplas.

“O panorama dos HNWI (High Net Worth Individuals, ou ‘indivíduos com elevado patrimônio’) está passando por uma mudança demográfica significativa. Tradicionalmente, os Baby Boomers dominavam e, agora, as gerações mais jovens, especialmente os Millennials, representam uma parcela cada vez maior. Esta tendência está remodelando o setor de gestão de patrimônio, uma vez que as preferências destes investidores mais jovens divergem dos seus antecessores”, analisa o Managing Partner Latam da Multipolitan, Dan Marconi.

De acordo com o relatório da Multipolitan, a magnitude desta transferência pode ser atribuída a dois fatores principais: o tamanho da geração Baby Boomer e a riqueza substancial que acumularam. Além disso, o prolongamento da expectativa de vida provocou o atraso no repasse da herança. Somente nos Estados Unidos para os próximos 25 anos, as projeções dão conta que os herdeiros receberão US$ 68 trilhões em ativos. Tendências semelhantes estão se desenrolando globalmente, com o Reino Unido antecipando uma transferência de 5,5 trilhões de libras e a Austrália esperando uma transferência de 3,5 trilhões de dólares australianos.

Revolução digital

Outro ponto é que as gerações Millennial e Z se beneficiaram da revolução digital e o impulsionamento da Inteligência Artificial, capitalizando oportunidades em tecnologia e finanças, setores que experimentaram um crescimento explosivo. “Isso levou a um acúmulo significativo de riqueza no início de suas carreiras. Seus hábitos de consumo detêm um poder imenso, moldando indústrias que vão de bens de luxo a investimentos sustentáveis”, lembra Marconi.

Segundo o relatório, a tendência por investimentos em ativos alternativos como criptomoedas, obras de arte, royalties musicais, ouro, entre outros, também revela uma mentalidade altamente transacional dessas gerações. Este cenário, na avaliação do executivo, poderia provocar transformações potencialmente profundas nas estratégias de gestão de patrimônio e dinâmicas econômicas mais amplas.

Entre as mudanças mais notáveis,o responsável pelas operações da Multipolitan no Brasil, Eron Falbo, destaca a globalização das carteiras. “Os jovens HNWI não só buscam ativos diferentes dos tradicionais, mas também a diversificação dos investimentos em diferentes países atrelada à busca por múltiplas residências/cidadanias. A visão é de que, em um mundo imprevisível, ter residência ou cidadania múltipla fornece estabilidade e acesso a ambientes seguros”, afirma.

De acordo com o Navigating the Future of Wealth, o mercado de migração de investimentos superou os US$ 21 bilhões anualmente e se estendendo para além dos destinos tradicionais, promovendo expansão internacional das gestoras de patrimônio que estão em busca de atender os novos clientes com mentalidade globalizada. 

Dan Marconi alerta que as gestoras precisam manter seus métodos e estruturas alinhadas ao novo perfil de investidores, para dar conta do aumento da demanda por serviços que abordam as complexidades do gerenciamento de ativos em múltiplas jurisdições, incluindo planejamento tributário, jurídico e conformidade regulatória.

“Compreender a dinâmica desta transferência de riqueza é fundamental para as partes interessadas. Consultores financeiros devem adaptar as suas estratégias para atender aos distintos valores e preferências das gerações herdadas”, lembra

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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