Taxa Selic chega a 14,25% e impacta no bolso dos brasileiros

Taxa Selic chega a 14,25% e impacta no bolso dos brasileiros

Aumento deve refletir no custo das linhas de crédito

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (19) aumentar a Taxa Selic para 14,25%. A medida marca a quinta alta seguida da taxa básica de juros, que é a principal mecanismo para controlar a inflação, e também registra a elevação de 1 ponto percentual, esse também é o maior patamar desde outubro de 2016. Para diversos analistas, a Selic pode chegar em 15% ao ano até dezembro. Já segundo Renan Diego, consultor financeiro e especialista em investimentos, o aumento dos juros influencia na forma de consumo entre os brasileiros e nos investimentos de empresas.

“A mudança da intenção de consumo dos brasileiros é uma das principais consequências da alta da Taxa Selic. Isso porque há uma diminuição da compra de itens que não são considerados como essenciais, já que a maioria do público prioriza comprar e pagar o que é considerado essencial, como alimentos, medicamentos, além de realizar a quitação de contas de luz, aluguel e gás. O cenário não é só negativo para o bolso da população, mas como também para a economia nacional que não terá um bom movimento ao longo dos próximos meses”, explica o consultor financeiro.

A taxa básica de juros é a principal mecanismo para controlar a inflação, realizado pelo Banco Central (BC). A Selic é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), sendo um modelo de referência para outras taxas da economia. Realizada pelo Copom, o aumento da taxa Selic tem o objetivo de contar a demanda aquecida. A decisão gera consequências nos preços já que os juros mais altos encarecem o crédito, estimulando a poupança. Dessa maneira, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica.

Para Renan Diego, a organização financeira se torna fundamental durante o período de juros altos, dessa forma, o endividamento pode ser evitado. Isso porque muitos brasileiros tendem a buscar por créditos para pagar contas essenciais ou para emergências que surgem durante o dia a dia. Para Renan, o risco do aumento de inadimplência no país é maior em decorrência pelo custo das linhas de crédito e pelo aumento das buscas por empréstimos.

“A taxa também influencia na decisão de instituições bancárias. O veredito tomado pelo Copom faz com que os bancos acompanhem o aumento da Selic e repassem esse custo para o público, por isso, as parcelas dos cartões de créditos terão consequências nos juros de atraso de pagamento e também nos juros de cheque especial. Já quem está fazendo o financiamento de imóveis ou de veículos perceberá uma mudança nas parcelas, elas tendem a ficar mais caras pelos próximos meses”, afirma Renan.

O impacto para empresas e investidores

“Muitos podem acreditar que as consequências só serão vistas no hábito de consumo dos brasileiros, porém, a Taxa Selic também influencia na performance de grandes e pequenas empresas. Muitos empresários podem evitar a iniciar ou participar de novos projetos. Muitas empresas que pretendiam expandir o seu negócio, irão se deparar com a alta dos créditos para realizar esse movimento e dar um passo para trás. Em contrapartida, quem investe na renda variável, como fundos imobiliários, commodities, câmbio e ações terão o efeito de desvalorização”, Renan enfatiza.

O especialista em investimentos também explica o aumento também pode ser favorável para quem possui aplicações em certos capitais no mercado, isso o aumento da Selic beneficia os investimentos de renda fixa, por exemplo, isso porque a remuneração é baseada nos juros. Entre os principais que podem colher frutos dessa alta, estão o Tesouro Selic, LCA, CDB, LCI, e Tesouro IPCA+.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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