Após 4 meses de estabilidade, varejo cresce 0,5% e atinge maior patamar da série

Após 4 meses de estabilidade, varejo cresce 0,5% e atinge maior patamar da série

Setor de hiper e supermercados volta a crescer após seis meses de estabilidade

Na passagem de janeiro para fevereiro, as vendas no comércio varejista no país aumentaram 0,5% e atingiram o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000, superando em 0,3% o nível recorde anterior (outubro de 2024). O índice volta a crescer após uma série de quatro meses de variações muito próximas de zero, consideradas como estabilidade. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (9) pelo IBGE.

“Em outubro do ano passado, móveis e eletrodomésticos, equipamentos e material para escritório, informática e comunicação e tecidos, vestuário e calçados eram os setores que estavam puxando o resultado, dado também um certo freio que hiper e supermercados teve ao longo de 2024”, explica o gerente da Pesquisa Mensal de Comércio, Cristiano Santos.

Quatro das oito atividades investigadas na pesquisa avançaram em fevereiro deste ano. Dentre elas, os destaques foram os setores de Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,1%) e de Móveis e eletrodomésticos (0,9%).

“Em fevereiro, observamos a volta de um protagonismo para o setor de hiper e supermercados, após um período de seis meses, desde agosto, com variações próximas de zero, com estabilidade. Condições macroeconômicas mais complexas nos últimos meses, como a queda do número de pessoas ocupadas, a estabilidade da massa de rendimento real e a inflação da alimentação em domicílio, não incentivam o consumo de bens que não sejam de primeira necessidade. Com isso, as pessoas tendem a optar por produtos mais básicos, o que explica o crescimento maior do setor em relação aos outros”, contextualiza o pesquisador do IBGE.

Já sobre o outro destaque positivo no mês, o gerente da PMC explica os movimentos realizados pelo setor de móveis e eletrodomésticos nos últimos meses. “O setor tem experienciado uma volatilidade grande nos resultados dos últimos meses. Observamos momentos em que esse mercado se desenvolve menos, o que abre uma possibilidade estratégica das grandes marcas de fazerem grandes promoções. Por exemplo, a Black Friday foi ruim para eletrodomésticos, o que acarretou maiores promoções no Natal e melhorou o desempenho da categoria”, destaca o gerente da PMC.

Os outros resultados positivos em fevereiro vieram de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,3%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,1%).

Por outro lado, entre janeiro e fevereiro, houve taxas negativas em quatro dos oito grupos de atividades do varejo: Livros, jornais, revistas e papelaria (-7,8%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,2%), Tecidos, vestuário e calçados (-0,1%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,1%).

“A questão do setor de livros, jornais, revistas e papelaria é mais profunda, visto que podemos observar uma evasão dos produtos físicos dessa atividade, que estão indo para o consumo, para serviços como plataformas digitais. O que normalmente segura o resultado dessa atividade nos meses de crescimento, como costuma ser fevereiro, com crescimentos de 1,4% em 2023 e 17,2% em 2024, é o material didático. Em fevereiro de 2025, não houve suporte de receita vindo de material didático, como aconteceu para o mesmo mês nos últimos anos. Outro fator que influenciou no resultado foi o fechamento de mais lojas físicas, sobretudo livrarias”, analisa Cristiano.

Já as duas atividades adicionais que compõem o varejo ampliado no indicador fevereiro frente a janeiro tiveram trajetória distinta: Veículos e motos, partes e peças caindo 2,6% e Material de construção crescendo 1,1% em volume.

Cinco atividades do varejo avançaram frente a fevereiro do ano passado

Em relação a fevereiro de 2024, o volume de vendas no comércio varejista avançou 1,5%, com cinco dos oito setores investigados em alta: Móveis e eletrodomésticos (9,3%), Tecidos, vestuário e calçados (8,6%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,2%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,6%) e Combustíveis e lubrificantes (1,5%).

As outras três atividades apresentaram resultados no campo negativo: Livros, jornais, revistas e papelaria (-5,2%), Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-3,2%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%).

No varejo ampliado, nesta comparação, a alta foi de 2,4%, com crescimento de 10,0% em Veículos e motos, partes e peças; de 9,7% em Material de Construção, e queda de 6,5% na atividade de Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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