Número de bets crescem 153% em 2 anos

Número de bets crescem 153% em 2 anos

Estudo revela que o capital investido por ‘bets’ no Brasil ultrapassa os R$12 bilhões

A BigDataCorp, maior datatech da América Latina, divulgou uma nova edição do estudo “CNPJs do Brasil”. Desta vez, além dos dados gerais sobre as empresas, foi dado também foco nos CNPJs que atuam no setor de apostas online. Para isso, realizou-se uma análise das empresas cadastradas com o código de atividade econômica (CNAE) que permite a atuação com a exploração de jogos de azar pela internet. Nem todas possuem a licença para atuação, mas todas possuem o CNAE necessário.

O levantamento mostrou que esse setor vem crescendo de forma acelerada. O número de empresas cadastradas saltou de cerca de 840 no final de 2022 para mais de 2100 no final de 2024, um crescimento de 153% no período. Em 2025, os números apontam para mais de 1200 novas empresas abertas no segmento, o que, caso se confirme, representaria um crescimento de 61,52% sobre o ano anterior.

Regiões Norte e Nordeste têm número desproporcional de empresas

A distribuição geográfica dessas empresas mostra que estados do Norte e do Nordeste, que têm menor participação quando olhamos para a totalidade dos CNPJs, possuem uma quantidade desproporcional de empresas do setor de apostas online. O Amazonas, por exemplo, abriga 0,95% de todas as empresas do Brasil, mas 3,49% das empresas do segmento. Outros destaques são o Ceará (2,66% do geral vs. 5,5% do setor), Maranhão (1,29% do geral vs. 3,36% do setor) e Rio Grande do Norte (1,1% do geral vs. 3,23% do setor). No total, as regiões Norte e Nordeste possuem apenas 19,47% do total de CNPJs brasileiros, mas concentram 37,34% das empresas de apostas online registradas no Brasil.

O estudo mostra também uma quantidade desproporcional de empresas sediadas fora do país. Apenas 0,34% do total de CNPJs do Brasil são de empresas sediadas no exterior, mas 0,87% das empresas do segmento de apostas possuem essa característica. Esse número, 2,6 vezes maior do que o esperado, é tão marcante quanto os números referentes aos estados individuais.

Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp, comenta que alguns fatores diferentes geram essa concentração. “O mercado de apostas online começou no exterior, então não é tão surpreendente que tenhamos uma grande proporção de empresas de fora atuando no setor. No caso das regiões Norte e Nordeste, existe uma combinação de mercado e oportunidade. De um lado, pessoas de renda mais baixa são, mesmo que indiretamente, o público-alvo dessas empresas, e esses estados concentram essa população. Do outro lado, a oportunidade de entrar em um mercado em crescimento e inexplorado era praticamente irresistível”, afirma.

SP lidera em capital investido

Apesar da descentralização na quantidade de empresas registradas nessa atividade econômica, o capital investido ainda se concentra em São Paulo. O estado responde por 64,22% de todo o capital social declarado por empresas do setor — com uma média de R$16,1 milhões por empresa. O Distrito Federal, por sua vez, registra a maior média de capital por empresa do país, com R$19,1 milhões por CNPJ, mesmo representando apenas 1,75% do total de empresas. Ao todo, o setor já acumula mais de R$12 bilhões em capital social declarado por empresas com atividade de apostas esportivas no Brasil.

Outros estados também apresentam valores médios significativos: a Paraíba, por exemplo, tem média superior a R$6,3 milhões por CNPJ, enquanto Pernambuco ultrapassa os R$4,8 milhões, o Piauí chega a R$4,4 milhões, e o Pará supera R$3 milhões por empresa. Esses números mostram que o mercado de apostas tem atraído aportes robustos em diversas regiões do país.

Para o executivo, a combinação de fatores regulatórios, mudanças no comportamento do consumidor e digitalização acelerada impulsiona essa tendência. “A economia digital brasileira está passando por uma transformação, e o setor de apostas online é um dos protagonistas neste novo ciclo”, finaliza.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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