Nova alta da Selic agrava risco de recuperação judicial em setores como agro, varejo e bens de capital

Nova alta da Selic agrava risco de recuperação judicial em setores como agro, varejo e bens de capital

A elevação da taxa básica de juros pressiona empresas alavancadas e amplia instabilidade financeira nos setores mais dependentes de crédito

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic para 14,75% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas, acendeu um novo alerta para empresas dos setores do agronegócio, varejo e bens de capital. Segundo a EXM Partners, consultoria especializada em Turnaround, Reestruturação de Dívidas, Recuperação Judicial e Administração Judicial, a contínua alta dos juros acentua o risco de insolvência entre companhias já fragilizadas e com forte dependência de financiamento.

“Os juros elevados impõem desafios adicionais em setores que tradicionalmente dependem de crédito. Com a Selic cada vez mais elevada, companhias já fragilizadas se veem engolidas por custos financeiros, chegando à insolvência empresarial ou ainda ao pedido de RJ”, destaca Angelo Guerra Netto, sócio-fundador da empresa.

Segundo o Serasa Experian, em 2024 foram registrados 2.273 pedidos de recuperação judicial por empresas. Já os pedidos de falência somaram 949, com destaque para os setores de Serviços, Comércio, Indústria e Agro.

Dificuldades maiores

Para Guerra Netto, o novo aumento da taxa básica de juros compromete ainda mais o acesso ao crédito, reduz o consumo e agrava a crise de empresas alavancadas, que não conseguem repassar os custos financeiros e nem manter seu fluxo de caixa saudável. “É um ciclo de aperto financeiro que dificulta a retomada de empresas em setores estratégicos da economia”, pontua o executivo.

Para evitar que as companhias sejam ainda mais penalizadas com o cenário instável, o sócio-fundador da EXM Partners reforça que o planejamento estratégico e o controle financeiro não podem ser negligenciados. “É preciso trabalhar de forma contínua para mitigar danos provocados pela conjuntura econômica adversa, evitando uma retração perigosa que pode ameaçar a sobrevivência das empresas”, alerta.

O especialista acrescenta que o acompanhamento de consultorias especializadas pode fazer a diferença em momentos como estes, de maior tensão. “Contar com apoio técnico embasado é fundamental para tomar decisões seguras, reestruturar passivos e preservar a saúde financeira das companhias em meio à turbulência”, finaliza.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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