57% dos jovens já caíram em golpes financeiros

57% dos jovens já caíram em golpes financeiros

Pesquisa inédita realizada pela Tindin aponta impactos negativos da educação financeira precária entre adolescentes do Ensino Médio

A falta de educação financeira entre os jovens está criando uma geração vulnerável a armadilhas digitais. Segundo levantamento da Tindin com mais de 2 mil estudantes, 57% já caíram ou quase caíram em golpes financeiros — um reflexo preocupante da exposição a apostas online e promessas de ganhos rápidos.

Mesmo conscientes dos riscos,  88% dos entrevistados reconhecem que apostas podem causar prejuízos,  31% disseram que apostariam R$ 100 se recebessem esse valor agora. O dado evidencia uma contradição entre o conhecimento teórico e o comportamento real, influenciado pela glamourização do “dinheiro rápido” nas redes sociais.

A pesquisa também identificou lacunas no entendimento de investimentos básicos. Apesar de 94% se declararem investidores conservadores ou moderados, 64% nunca ouviram falar no Tesouro Direto, o título público mais seguro do país.

Esses dados integram um novo relatório da Tindin que combina respostas de questionários com o desempenho dos estudantes em um simulador de vida financeira. A metodologia permite avaliar, de forma prática, como as decisões do presente afetam a construção de patrimônio ao longo do tempo.

 Competição educativa

Em meio ao aumento de golpes financeiros entre jovens e à glamourização das apostas online, uma nova ferramenta tem ganhado destaque entre estudantes do ensino médio: “O Jogo do Investidor”. A iniciativa, criada pela edtech Tindin, simula decisões financeiras reais em um ambiente gamificado no Metaverso e já se tornou tendência entre professores e alunos interessados em aprender finanças de forma prática e envolvente.

No jogo, os estudantes escolhem diferentes formas de aplicar dinheiro — como Tesouro Direto, ações, títulos e até apostas e acompanham, na prática, os riscos, prazos e rentabilidades de cada decisão. A experiência respeita o perfil de investidor de cada aluno e promove uma comparação direta entre guardar, apostar e investir.

“O jovem não aprende ouvindo sermão sobre finanças. Ele aprende quando sente, compara e entende o impacto das escolhas. Em “O Jogo do Investidor”, ele descobre que a casa de apostas nunca perde. Portanto, o apostador vai perder no curto, médio ou no longo prazo, ao contrário do que acontece com  investidores que buscam investimentos seguros e consistentes. É uma virada de chave poderosa”, analisa Eduardo Schroeder, CEO e Founder da TINDIN

A simulação também apresenta situações da vida real, incentivando o senso crítico em um ambiente seguro e educativo.

Alunos que apostam em bets performam pior

Segundo o estudo, alunos que conheciam o Tesouro Direto acumularam, na simulação, cinco vezes mais patrimônio do que aqueles que não conheciam o investimento. Já os jovens com tendência a apostar em BETs apresentaram uma capacidade 7,6 vezes menor de geração de patrimônio  mesmo sem a opção de apostar no ambiente simulado. O dado indica que a predisposição ao jogo pode afetar a forma como o jovem lida com o dinheiro, reforçando ciclos de empobrecimento.

“Os dados ainda são preliminares, mas parecem demonstrar que os impactos dos vícios em apostas extrapolam os prejuízos financeiros diretos de valores perdidos nos jogos de azar. Na simulação, o participante não tinha a opção de apostar, portanto, esse empobrecimento constatado não foi causado diretamente pelo dinheiro perdido em apostas, mas tudo indica que o vício cria um mindset que alimenta um ciclo de pobreza”, comenta Schroeder.

Para ele, a combinação de desinformação e exposição a conteúdos financeiros sem curadoria tem efeito direto sobre a vulnerabilidade dessa geração. “Estamos formando jovens que consomem conteúdo sobre finanças na internet, mas sem filtro, base ou segurança. Isso os torna presas fáceis para fraudes disfarçadas de investimentos”, alerta.

A nova metodologia pode ser uma ferramenta para acelerar a avaliação de impactos sociais. “Medir impactos sociais pode levar anos, ou décadas. Isto acontece, porque as consequências de uma ação social deve reverberar ao longo de toda a vida dos beneficiados. Neste sentido, a simulação pode ser uma poderosa ferramenta para simular decisões de longo prazo, trazendo uma previsão futura de resultados alcançados,” comenta.

Estudantes, educadores e escolas interessados em conhecer “O Jogo do Investidor” podem acessar: www.ojogodoinvestidor.com.br

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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