Mundial de Clubes aquece apostas esportivas e evidencia diferenças entre legislações pelo mundo
Evento reunirá times de todos os continentes e reacende debate sobre regulação internacional das apostas
O maior Mundial de Clubes terá início em 15 de junho nos Estados Unidos e reunirá 32 times de todos os continentes. A edição de 2025, promovida pela Fifa, inaugura um novo formato inspirado na Copa do Mundo de seleções, e promete movimentar o futebol internacional e o mercado global de apostas esportivas.
Clubes como Real Madrid, Manchester City, Palmeiras, Flamengo, Al Ahly (Egito) e Urawa Red Diamonds (Japão) protagonizarão duelos inéditos, cruzando estilos táticos distintos. O cenário é visto como terreno fértil para apostas esportivas, que devem crescer globalmente nos próximos anos e já movimentam dezenas de bilhões de dólares em mercados como Europa e Estados Unidos.
“A internacionalização do torneio gera distorções nas probabilidades, e é nesse vácuo de informação que surgem oportunidades”, afirma Ricardo Santos, cientista de dados e fundador da Fulltrader Sports, empresa especializada em softwares SaaS para análise estatística no setor de apostas e idealizador da Arena Fulltrader. “Um apostador atento ao desempenho regional, ao impacto do clima e ao calendário de cada clube pode antecipar movimentos das casas e encontrar valor em odds que o mercado ainda não ajustou.”
Diferenças regulatórias entre continentes
Enquanto o Brasil avança na implementação de sua nova legislação sobre apostas esportivas, com concessões de licenças em curso, outros países já operam com regulações consolidadas. O Reino Unido, por exemplo, tem um sistema robusto com fiscalização ativa, licenciamento obrigatório e políticas de jogo responsável amplamente aplicadas. Espanha, Itália e Alemanha seguem modelos semelhantes.
Nos Estados Unidos, a liberação é estadual. Desde que a Suprema Corte autorizou a legalização pelas unidades federativas, mais de 30 estados regulamentaram as apostas esportivas, criando um mercado descentralizado, porém altamente lucrativo. Estima-se que o setor tenha movimentado mais de US$ 90 bilhões no último ano.
Na América Latina, Colômbia e Argentina estão entre os países com estrutura normativa já implantada. No Brasil, a expectativa é que o novo marco regulatório traga segurança jurídica e amplie a arrecadação pública, ao mesmo tempo em que formaliza um mercado antes dominado por plataformas sem sede no país.
“Com regras mais claras e fiscalização crescente, o Brasil tem potencial para se tornar referência regional, mas ainda precisa consolidar o ambiente regulatório e educar os usuários para práticas responsáveis”, destaca Ricardo.
Estratégia, estatística e imprevisibilidade
O Mundial de Clubes oferece um tipo raro de confronto, em que times de culturas futebolísticas completamente distintas se enfrentam pela primeira vez. Essa imprevisibilidade aumenta a demanda por análise estatística refinada e por ferramentas de inteligência artificial, cada vez mais utilizadas por plataformas e apostadores.
“A IA já é usada para ajustar odds, prever comportamentos e personalizar ofertas. Mas o fator humano continua sendo o diferencial”, explica Ricardo. “É a combinação entre modelo preditivo e leitura contextual que gera a vantagem competitiva.”
Além de atuar no desenvolvimento de ferramentas digitais para apostadores, Ricardo também mantém um espaço físico em São José dos Campos voltado à realização de eventos técnicos e educacionais sobre o setor. A Arena Fulltrader, como é chamada, tem sido utilizada para encontros corporativos, mentorias e treinamentos voltados ao uso de dados e análise de performance no esporte.
Com o volume de jogos e a diversidade dos confrontos, o evento deve impulsionar também apostas ao vivo e micro apostas, como número de escanteios, cartões e estatísticas específicas. Nas semanas que antecedem o torneio, o volume de apostas futuras, como campeão, artilheiro e semifinalistas, também tende a crescer.
Riscos e oportunidades para o setor no Brasil
Apesar da movimentação econômica, o Brasil ainda enfrenta desafios como a presença de plataformas não licenciadas e a ausência de campanhas educativas massivas sobre jogo responsável. Especialistas alertam que o avanço do setor precisa ser acompanhado de ações que garantam proteção ao consumidor e mitigação de riscos de dependência.
“A aposta precisa ser encarada como uma decisão consciente, com informação e estratégia. Quando baseada apenas na emoção ou em impulsos, pode se tornar perigosa”, pondera Ricardo.
Para ele, o Mundial de Clubes será um teste relevante para o novo momento das apostas esportivas no Brasil. “É a primeira grande competição global com os olhos voltados para um país que tenta formalizar seu setor. O comportamento do público e das plataformas neste torneio pode indicar o grau de maturidade que alcançamos”, conclui.


