Super Quarta, geopolítica e decisões econômicas: como se posicionar em julho

Junho foi um mês de elevada volatilidade na bolsa brasileira. Com a guerra e as tarifas tomando as capas dos jornais de forma quase diária, houve pouco espaço para resultados de empresas terem relevância, fazendo com que o encerramento seja praticamente estável. O economista da WIT Invest, Marcello Carvalho, cita como grande destaque positivo, o segmento de petróleo, que foi impulsionado pela guerra. Já como destaque negativo ele aponta a parte bancária, que foi muito puxada pelas contínuas quedas do Banco do Brasil.
O principal fator externo que influenciou o mês foi a guerra entre Israel e o Irã, que teve intervenção dos EUA nas últimas semanas, sendo motivada por um medo de criação de bombas nucleares. Porém, como, aparentemente, foi acordado um cessar-fogo que deve evoluir para um acordo de paz, esse problema não deve impactar tanto nas próximas semanas, a menos que os conflitos ou a ameaça nuclear retornem, alerta Carvalho..
Já no ambiente interno, lembra o economista da WIT Invest houve idas e vindas dos aumentos de impostos, como o IOF, afetando tanto a bolsa quanto o mercado de renda fixa brasileiros. “A disputa política, mostrando que temos pouco espaço para aumento de tributos no país, está cada vez colocando mais em xeque a capacidade do governo de manter as contas públicas e aumenta, de forma drástica, o risco de pedaladas fiscais por parte do governo federal”, ressalta.
Expectativa para julho
Em julho, por ser recesso parlamentar, haverá menos impactos políticos internos influenciando a bolsa brasileira. Dessa forma, segundo Carvalho, teremos movimentos mais influenciados pelos resultados efetivos das empresas e a flutuação dos preços das commodities, que devem voltar a tomar espaço nos jornais conforme é firmado o acordo de paz no Oriente Médio. “Caso tenhamos algum avanço por parte da guerra entre Rússia e Ucrânia, também haverá impactos na bolsa”, alerta.
Quanto às expectativas para a próxima Super Quarta, com o novo comunicado do Copom, Marcello Carvalho espera a manutenção das taxas de juros até que haja mais informações sobre resultados efetivos de controle inflacionário, ou se a política fiscal vai novamente pressionar os custos do país.
Acontecimentos que merecem atenção
Com o meio ano já finalizado, o mercado ficará de olho nas primeiras divulgações dos resultados das empresas sobre o segundo trimestre de 2025. As empresas devem começar a divulgar os resultados somente da metade para o final do mês. Além disso, devemos continuar com destaques a respeito da caminhada da inflação brasileira e os impactos da taxa de juros (Selic) em 15% ao ano.