75% das operações de M&A no Brasil não atingem objetivos

Prática envolve desafios complexos e uma série de riscos
O processo de fusões e aquisições (M&A) é uma estratégia amplamente adotada por empresas que buscam crescer, expandir suas operações ou diversificar seus negócios. No entanto, essa prática envolve desafios complexos e uma série de riscos que, se mal gerenciados, podem comprometer os resultados esperados. Identificar e evitar os erros mais recorrentes em cada etapa da operação é essencial para o sucesso das transações.
Uma análise da Fortune, realizada em 2024, com base em mais de 40 mil operações conduzidas ao longo de quatro décadas, revelou que entre 70% e 75% das transações de M&A não atingem os objetivos esperados. As causas são variadas: falhas na integração cultural, superavaliação de ativos, deficiências na due diligence e problemas de governança são algumas das mais frequentes. Além disso, a falta de planejamento e comunicação adequada na integração de equipes e processos costuma levar à perda de talentos e à desmotivação dos colaboradores, o que agrava ainda mais os impactos negativos da operação.
Nesse cenário, o suporte de assessorias especializadas, com atuação multidisciplinar e foco em governança rigorosa, torna-se decisivo para mitigar riscos e aumentar as chances de sucesso. “O processo de M&A é bastante complexo e demorado, exigindo uma combinação de expertise técnica, visão estratégica e habilidade para lidar com o fator humano”, afirma David John Denton, sócio da OKTO FINANCE e especialista com mais de 20 anos de experiência no mercado de M&A no Brasil e no exterior.
Segundo o profissional, o excesso de pressa é um dos principais inimigos de uma operação bem-sucedida. “Muitas vezes, a ansiedade para fechar o negócio compromete uma avaliação detalhada e o planejamento da integração, que são essenciais para que a sinergia esperada se concretize”, pontua. “A paciência e o cuidado em cada etapa não apenas evitam erros comuns, mas também potencializam o valor gerado pela operação, criando bases sólidas para o crescimento sustentável das organizações.”