Longevidade e autonomia impulsionam crescimento de negócios após os 50

Longevidade e autonomia impulsionam crescimento de negócios após os 50

Mudanças demográficas e tecnológicas ampliam o papel do empreendedorismo como plano B no Brasil

O avanço da expectativa de vida no Brasil, que atingiu 76,4 anos em 2023 segundo o IBGE, combinado a transformações no mundo do trabalho, tem reposicionado o papel da faixa etária 50+ na economia. Dados do Monitor Global de Empreendedorismo (GEM) 2024 mostram que 13,3% dos novos empreendedores no país têm entre 55 e 64 anos — a maior taxa histórica para essa faixa etária.
Esse crescimento aponta para um fenômeno em consolidação: o empreendedorismo sênior como alternativa estratégica de transição profissional. Longe de representar uma resposta à desocupação imediata, esse movimento está cada vez mais associado à busca por autonomia, reinvenção e aplicação prática da experiência acumulada ao longo da vida.
Para Rafael Caribé, CEO da Agilize Contabilidade, o crescimento do empreendedorismo maduro acompanha a digitalização da economia e a ampliação do acesso à informação. “Hoje, é possível abrir uma empresa de forma remota, controlar o faturamento com ferramentas online e acessar mercados por plataformas digitais. Isso abre caminhos para quem, há uma década, não teria meios de empreender aos 50+”, avalia.
Por outro lado, o cenário ainda exige adequações. Questões como acesso ao crédito, capacitação digital e políticas públicas específicas para inclusão produtiva da maturidade permanecem pouco estruturadas. Caribé ressalta que o desafio principal não está no desejo de empreender, mas na criação de condições para que isso seja feito de forma segura e sustentável.
O relatório do GEM também destaca o perfil mais estável dos empreendedores maduros: menor rotatividade, foco em negócios locais e maior controle sobre custos. Para analistas, essa estabilidade reforça a importância de pensar a faixa etária 50+ não como exceção, mas como protagonista de uma nova etapa da economia brasileira.
O aumento da expectativa de vida, aliado à pressão sobre os regimes previdenciários e à necessidade de novos modelos de renda, projeta o empreendedorismo sênior como uma via de reestruturação da longevidade no trabalho. A criação de programas de formação contínua, linhas de crédito orientado e redes de apoio técnico são apontadas como caminhos para consolidar essa alternativa como política de geração de renda e valorização da experiência.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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