Salário e fraco desempenho da empresa motivam líderes a trocarem de emprego

Salário e fraco desempenho da empresa motivam líderes a trocarem de emprego

25% dos executivos da alta liderança no Brasil apontam insatisfação

A mudança nas prioridades de carreira tem impulsionado os executivos da alta liderança a buscarem novas oportunidades. É o que mostra o estudo global Talent Trends Leadership 2025, da Page Executive, unidade de negócios do PageGroup especializada no recrutamento de executivos da alta liderança. Segundo o levantamento, 25% dos líderes brasileiros apontaram o fato de não estarem satisfeitos com o salário atual para procurar ou planejar explorar novas oportunidades. O percentual é superior à média global (23%) e inferior ao índice da América Latina (30%).

A preocupação com o baixo desempenho da empresa ou do setor em que atuam também tem motivado os executivos no Brasil a estarem abertos a mudanças. Este fator foi indicado por 25% dos líderes no País. O dado é superior às médias global (17%) e da América Latina (13%).

“O nosso estudo revela um desejo claro de movimentação por parte dos executivos brasileiros de alto nível, muito voltado a aspectos como remuneração e resultados aquém do esperado. Historicamente, sabemos que um cenário de incerteza global traz reflexões sobre os próximos passos de carreira e isso é ainda mais latente nos líderes seniores”, aponta Humberto Wahrhaftig, diretor-executivo na Page Executive.

“A estabilidade não é mais o foco principal dos profissionais da alta liderança no Brasil e no mundo. Outros fatores, que vão além da remuneração, passaram a ser priorizados pelos executivos, como equilíbrio entre vida profissional e pessoal e satisfação no trabalho. Esses aspectos são ainda mais valorizados pelos líderes brasileiros, sendo apontados por 45% e 21% dos respondentes no País, respectivamente. As organizações que não compreenderem a mudança de rota desses líderes correm o risco de perder talentos de alto nível para outras empresas e até mesmo para outros segmentos”, comenta Paulo Dias, diretor-executivo da Page Executive.

As médias de valorização dos executivos brasileiros para os critérios de bem-estar e satisfação profissional são superiores aos dados globais (29% e 23%, respectivamente) e da América Latina (43% e 18%, respectivamente).

Outros fatores impulsionam líderes na busca por novas oportunidades

A experiência internacional tem sido um fator determinante entre executivos. De acordo com o estudo, 19% dos profissionais brasileiros afirmam querer explorar oportunidades internacionais, ficando atrás das médias da América Latina (25%) e global (26%).

A insatisfação com as decisões tomadas pela equipe de liderança sênior também foi indicada por 21% dos executivos do Brasil. O percentual é igual ao verificado no mundo (21%) e semelhante ao da América Latina (20%).

Outro motivo apontado por 16% dos líderes no país é a cultura atual da empresa não ser adequada em seu ponto de vista. O indicador é inferior às médias global (22%) e da América Latina (21%).

Salário ainda é um fator relevante

Quase metade dos executivos brasileiros se diz insatisfeita com o salário atual. O estudo revela que 49% dos profissionais estão insatisfeitos com a remuneração atual. O índice é superior ao registrado na América Latina (40%) e no mundo (29%).

Aumento salarial e bônus

De acordo com a pesquisa, 67% não tentaram negociar um aumento salarial enquanto apenas 33% dos líderes do Brasil buscaram um acordo para incrementar seus rendimentos. Do total dos que tentaram negociar, 20% não obtiveram sucesso e apenas 13% conseguiram aumento. A taxa de sucesso é inferior às médias da América Latina (16%) e global (30%).

Ainda segundo o levantamento, pouco mais da metade dos executivos brasileiros recebeu bônus nos últimos 12 meses, alcançando 52%. O dado é equiparado à média da América Latina (53%) e está bem abaixo da média global (64%).

“Diante de um momento de transição, as organizações que quiserem reter os talentos executivos devem estar atentas a todas essas questões, procurando oferecer aos seus líderes oportunidades de exposição internacional e uma remuneração mais competitiva. Outros pontos fundamentais para esses executivos são, sem dúvida, clareza sobre desenvolvimento de carreira, valores e reconhecimento”, conclui Dias.

Talent Trends Leadership 2025 é um dos levantamentos mais abrangentes sobre o mercado de trabalho global da alta liderança, conduzido entre novembro e dezembro de 2024, em 36 países. A pesquisa ouviu aproximadamente 4 mil profissionais que atuam em empresas de diversos portes e segmentos. O objetivo do estudo é entender as mudanças nas expectativas de talentos executivos.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *