70% dos líderes brasileiros priorizam comportamento na contratação

Inteligência comportamental ganha espaço para reduzir erros e aumentar a eficiência dos processos seletivos
Atualmente, o perfil de contratações no Brasil vem mudando. Além das habilidades técnicas, os líderes estão focando se o profissional apresenta um comportamento compatível com o cargo. Aliás, essa é a prioridade para 70% dos gestores brasileiros.
Esse dado faz parte do Panorama Gestão de Pessoas Brasil, desenvolvido pela Sólides. Nesse contexto, o conceito de inteligência comportamental ganha cada vez mais importância na busca por contratações mais assertivas.
Em um cenário em que o Brasil é considerado o país com maior rotatividade do mundo, essa estratégia tem, segundo especialistas, o potencial de reduzir as mudanças nos cargos e de permitir a permanência de colaboradores mais adequados às funções.
Comportamento é principal fator em contratações equivocadas
O panorama atual do mercado indica que 61% das contratações erradas no Brasil ocorrem devido a comportamentos indesejados dos profissionais contratados. É o que aponta um levantamento da Sólides sobre inteligência comportamental.
Por outro lado, 39% dos erros são atribuídos a falhas nas habilidades técnicas que não correspondem às exigências do cargo. Para os responsáveis pela pesquisa, há casos em que o perfil técnico está adequado, mas as soft skills, que estão relacionadas à interação e ao comportamento, não se encaixam.
De modo geral, mais da metade dos executivos afirma ter realizado pelo menos uma contratação equivocada no último ano. Mesmo com avanços, as empresas ainda enfrentam dificuldades para acertar na escolha do profissional ideal.
Candidatos apontam falhas em processos seletivos
Enquanto as empresas relatam dificuldades para contratar o perfil certo, os candidatos também expressam insatisfação com os processos seletivos, segundo a pesquisa.
O excesso de requisitos e qualificações para uma vaga é o principal motivo de reclamação. Para 68,3% dos entrevistados, as descrições exigem habilidades e formações além do necessário, criando barreiras e afastando potenciais talentos.
O segundo fator mais citado é a demora nos processos seletivos. Para 61,6% dos candidatos, a lentidão nas etapas gera insegurança, desgaste e até desmotivação para continuar na disputa pela vaga.
Além disso, 59,6% apontam a quantidade excessiva de etapas, como entrevistas e testes, que tornam o processo cansativo e, muitas vezes, desproporcional à função ofertada.
Outro ponto crítico é a ausência de retorno: mais da metade dos candidatos (54,1%) afirma não receber feedback após entrevistas ou testes, dificultando o aprendizado e gerando frustração.
Investir em inteligência comportamental pode ser a solução
Os dados indicam que a inteligência comportamental é um aspecto cada vez mais valorizado na hora de contratar e pode contribuir para reduzir a rotatividade.
Entre as recomendações para implementar essa estratégia estão:
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Comece pelo autoconhecimento: conhecer seus pontos fortes e limitações ajuda a controlar emoções e agir com mais consciência no trabalho.
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Estude os perfis comportamentais: entender as características dos diferentes perfis facilita a comunicação e o engajamento da equipe.
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Utilize ferramentas de mapeamento: recursos tecnológicos identificam os perfis dos colaboradores, auxiliando na gestão e na tomada de decisões.
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Foque na aplicação prática: use as informações para montar equipes complementares e alcançar melhores resultados organizacionais.
Vale ressaltar que esse processo exige tempo e apoio de especialistas. No entanto, essas dicas podem ser um primeiro passo para tornar os processos seletivos mais eficientes no futuro.